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Menor oferta de vestibular no meio do ano ajuda candidato a dirigir esforços

Keiny Andrade/Folhapress
Estudante Maria Carolina Moran, 18, em cursinho de SP
Estudante Maria Carolina Moran, 18, em cursinho de SP

A última fase de preparação para os vestibulares no meio do ano exige uma boa gestão de tempo na hora de estudar, segundo professores.

A safra de provas do período começa neste mês e é dominada por instituições privadas. Em São Paulo, a Faculdade Israelita de Ciências da Saúde, do hospital Albert Einstein, a Universidade Presbiteriana Mackenzie e a PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) são algumas com exames abertos.

A Unesp (Universidade Estadual Paulista) é a única universidade pública paulista com seleção em vigor. A instituição abriu 360 vagas para nove cursos de engenharia.

Quem vai prestar a prova da Unesp não precisa se preocupar com a leitura obrigatória de livros. "Mas é necessário ter um conhecimento geral de literatura. E isso exige um outro tipo de leitura", diz a pró-reitora de graduação, Gladis Massini-Cagliari.

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O vestibular de administração pública da FGV (Fundação Getulio Vargas), em São Paulo, cobrará duas redações e questões de matemática, inglês, ciências humanas e português. "Não tem física, química e biologia. São conhecimentos desnecessários para a área em questão", afirma Fernando Abrucio, coordenador da graduação.

A pouca oferta de vestibular no meio do ano é um trunfo. "O estudante pode direcionar esforços para o curso que realmente quer", afirma Almir Bunduki, professor de matemática do colégio Stockler, na capital paulista.

É o que faz Maria Carolina Moran, 18, que se prepara para os vestibulares de medicina do Einstein e do Centro Universitário São Camilo -ambos com provas em maio.

"Estudo 24 matérias diferentes por semana e estou quase louca porque tenho que levar o cursinho adiante e, ao mesmo tempo, reservar um tempo para as provas no meio do ano", afirma.

Nas últimas semanas, a estudante bolou um jeito de usar o pouco tempo que tem de forma positiva: centrar fogo na revisão de matemática, química e biologia. "Vou ter que enfrentar questões dissertativas nessas áreas. E sei que tenho muita dificuldade", diz ela.

Esse é um método eficaz segundo a pedagoga Saray Azenha, do cursinho Oficina do Estudante, em Campinas. "Se a aluna também fizer as provas anteriores das instituições onde quer estudar vai perceber quais são os assuntos mais cobrados por elas", explica.

FASE DISSERTATIVA

Para Azenha, o aluno tem que ser rápido na identificação do que precisa de um reforço. "Em sala de aula ele não vai ter toda a revisão do ensino médio até as provas."

A estudante Sara T'alan, 18, vai concorrer a uma vaga em engenharia aeronáutica, na Unesp. Ela faz simulados para enfrentar a mesma dificuldade apontada por Maria Carolina Moran: a fase dissertativa. "No ano passado escrevi demais, enrolei. Foi o que me prejudicou. Tenho treinado muito para escrever só o necessário."

Além de revisitar a disciplina mais difícil, o estudante deve recorrer aos simulados preparatórios para provas específicas, afirma Renan Miranda, coordenador-pedagógico do Anglo.

"Mas a ferramenta não ajuda em nada se o aluno não analisar o erro e qual antídoto precisa ser usado para saná-lo", explica Miranda.

Para Henrique Alonso, 18, o vestibular é uma forma. "O que a gente precisa é se adequar a um formato muito rígido. Isso vale para a prova objetiva e para a redação." Alonso se prepara para entrar em economia, no Mackenzie.


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