Folha de S. Paulo


Volta às aulas na rede estadual de SP terá plano de reforço para alunos

Apu Gomes - 18.ago.2011/Folhapress
ORG XMIT: AGEN1108191258132712 SO PAULO, SP, BRASIL, 19-08-2011, 07h00: GOVERNO LOTA SALAS DE AULAS. Alunos da 5 serie em aula de Portugues na Escola Estadual Washington Alves Natel, no Parque Residencial Cocaia, na zona sul de Sao Paulo, escola superlotada, com uma media de 45 alunos por sala de aula. Escolas Estaduais de Sao Paulo possuem mais alunos em sala de aula que o recomendado MEC. (Foto: Apu Gomes/Folhapress, Cotidiano ) *** EXCLUSIVO***
Alunos têm aula de português na zona sul de São Paulo em 2011

A secretaria de Educação do Estado de São Paulo criou um plano de reforço e recuperação para a volta às aulas. As atividades devem ocorrer no primeiro mês de aula, ao longo de fevereiro.

A pasta preparou um guia no fim do ano passado para que as escolas construam um plano de ação a partir do nível de desempenho dos estudantes, aferidos nas ferramentas de avaliação da rede.

Além das informações dessas avaliações feitas ao longo do ano passado, a pasta promete adiantar às escolas os resultados do Saresp (a avaliação oficial da pasta) já no início das aulas. Os dados costumam sair somente em março.

As escolas terão autonomia para criar seus projetos de reforço. A intenção da pasta é que as unidades invistam em soluções para combater as deficiências de aprendizagem apuradas pelas avaliações anteriores.

"Os planos serão dos gestores e professores, e eles podem agrupar alunos por dificuldade, podem incentivar que alunos se ajudem", explica Valeria de Souza, coordenadoria de Educação Básica da secretaria.

As ações deverão fazer parte de um planejamento estruturado, que, segundo Souza, já teve início no ano passado. Essas práticas serão avaliadas pela secretaria para que "boas práticas sejam disseminadas".

Em entrevista à Folha, o secretário municipal de Educação de São Paulo, Alexandre Schneider, informou que a rede também vai organizar uma revisão nos primeiros dias de aula.

REFORÇO

No ano passado, o governo Geraldo Alckmin (PSDB) abandonou totalmente o reforço dado além do período de aulas a alunos com dificuldades de aprendizado e esvaziou os outros dois modelos de recuperação presencial da rede paulista.

As duas modalidades de reforço –de salas menores e com dois professores na aula– sofreram fortes reduções, conforme revelou a Folha em junho de 2016. O foco do Estado para o reforço de aprendizagem passou a ser em atividades em uma plataforma on-line chamada Aventuras do Currículo+.

Para a volta às aulas em 2017, a secretaria também desenvolveu um plano para recepcionar os alunos nos dois primeiros dias do ano (2 e 3 de fevereiro). Segundo o secretário de Educação, José Renato Nalini, a ideia é que os próprios alunos estejam à frente da programação e possam discutir os rumos da escola.

"Queremos fazer com que o retorno às aulas seja de acolhimento", diz Nalini. A iniciativa foi inspirada no que já acontece nas escolas de tempo integral do Estado, onde os alunos que já estudam nas unidades recebem os novos estudantes.


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