Folha de S. Paulo


FGV-SP terá carta de motivação e prova oral no processo seletivo

A partir de agora, quem prestar administração na escola brasileira mais tradicional na área, a FGV-SP (Fundação Getúlio Vargas), deve apresentar uma carta de motivação e, em uma segunda etapa, será avaliado por meio de um exame oral.

Vai funcionar assim: na inscrição, os candidatos submetem eletronicamente um texto no qual dissertam sobre os motivos pelos quais têm interesse em cursar administração na FGV-SP.

O artigo, de acordo com o edital do processo seletivo, pode incluir informações sobre "a trajetória do candidato, seus interesses em termos de disciplinas e áreas de conhecimento, o tipo de trabalho que pretende realizar."

FGV/Divulgação
Prédio da Fundação Getúlio Vargas
Prédio da Fundação Getúlio Vargas

A proposta é inspirada em universidades de elite de países como os Estados Unidos, que investigam, na porta de entrada, os motivos que levaram os candidatos até ali.

Mais: quem se inscreve na seleção da escola a partir de agora também deve submeter um texto dissertativo sobre o Brasil contemporâneo.

Neste ano, os alunos devem escrever sobre redes sociais "como um espaço de combate e, ao mesmo tempo, de propagação do racismo."

Aqui, o objetivo, diz Marco Carvalho Teixeira, vice-coordenador do curso de administração pública, será avaliar se o candidato acompanha a situação do país e "é capaz de analisar, de forma crítica, a realidade brasileira."

Os textos darão base para a segunda fase da seleção –que convoca até quatro vezes o número de candidatos para a quantidade de vagas.

Nessa etapa, uma mudança importante: os candidatos terão um exame oral. Serão até 20 minutos de exposição sobre os textos entregues lá na inscrição. Essa parte vale 30% da nota total.

"A ideia é que os estudantes consigam sustentar oralmente os textos que submeteram na inscrição", diz.

No exame oral –como acontece nas universidades dos EUA– a avaliação foca os chamados aspectos "não cognitivos" dos candidatos.

Por exemplo, a capacidade de se expressar –característica fundamental para quem quer ser líder.

Esse tipo de prova já é usada em outras escolas de elite brasileiras: no direito da própria FGV-SP, nas engenharias do Insper e na medicina da faculdade do hospital Albert Einstein, também em São Paulo.

A primeira fase do processo seletivo de administração da FGV-SP já tinha sido alterada nesse ano com a inclusão da nota do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).

Foi uma tentativa da escola de atrair mais alunos de fora de São Paulo, já que o Enem acontece nacionalmente.

Em administração pública, o vestibular próprio foi eliminado completamente neste ano. Só vale a nota do Enem.

Já em administração de empresas, metade dos alunos entra via Enem e, a outra metade, via vestibular.

As novas mudanças na FGV-SP já valem para o próximo processo seletivo. As inscrições estão abertas até 30 de novembro para quem vai usar as notas do Enem na seleção.

As novidades no processo seletivo de instituições como a FGV-SP tem feito as escolas se mexerem. Recentemente, o Bandeirantes, um dos melhores colégios privados do país, anunciou que vai investir na capacidade de os alunos trabalharem em grupo. Os estudantes não serão mais separados em turmas por notas.

Aos 72 anos, a FGV-SP é a escola privada com o melhor curso de administração do país, de acordo com o RUF (Ranking Universitário Folha) de 2016. Está em 5º lugar no país considerando as instituições públicas de ensino.

A mensalidade da escola está na casa dos R$3.700, com possibilidade de bolsa para alunos de baixa renda.


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