Folha de S. Paulo


Justiça dá 24 h para que estudantes desocupem plenário da Assembleia

A Justiça de São Paulo deu prazo de 24 horas para que os estudantes desocupem voluntariamente o plenário da Assembleia Legislativa do Estado. O local foi invadido na tarde da última terça-feira (3).

Na decisão, proferida pelo juiz Sergio Serrano Nunes Filho, fica estabelecido ainda que, se os jovens desrespeitarem esse prazo, terão de pagar multa individual de R$ 30 mil. Caso os estudantes não respeitem a sentença no prazo, será marcada uma audiência de conciliação.

Se, mesmo assim, o impasse continuar, o juiz expedirá mandado de reintegração de posse, com uso "comedido e proporcional de força" e "especial cuidado".

Nesta quinta (5), após a decisão da Justiça e do prazo de 24 horas, o presidente da Assembleia, Fernando Capez (PSDB), declarou que vai insistir em uma solução pacífica e se comprometeu com os estudantes a tentar obter, em dez dias, as sete assinaturas que faltam para a criação de umaCPI para investigar a "máfia da merenda" na gestão Geraldo Alckmin (PSDB).

Os estudantes, porém, sinalizaram que devem resistir a essa decisão da Justiça. Entre os cerca de 50 jovens que permanecem no plenário, há integrantes de entidades estudantis, alunos de escolas estaduais e até de universidades particulares.

PERFIL

A maioria é ligada a organizações como a Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas), UEE (União dos Estudantes Estaduais) e UJS (União da Juventude Socialista), ligada ao PC do B.

Além dos jovens dentro do plenário, apoiadores se instalaram do lado de fora da Assembleia. Juliana, 22, que não quis ter o sobrenome divulgado, era uma delas. Integrante da UJS e aluna de arquitetura na FMU, ela conta que os jovens planejaram entrar no plenário na segunda (2). A decisão foi divulgada em redes sociais.

Segundo ela, muitos no grupo participaram de ocupações das escolas estaduais no ano passado em protesto contra a reorganização da rede pelo governo Alckmin.


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