Os professores da rede municipal de São Paulo prometem entrar em greve nesta quarta (9). Os docentes realizam manifestação e assembleia em frente à sede da prefeitura, no centro, às 14h.
A categoria, liderada pelo principal sindicato dos professores da rede, o Sinpeem, reivindica antecipação de reajustes já previstos para serem pagos entre maio de 2016 e maio de 2018. Juntos, eles representam alta de 20,26%.
Marlene Bergamo/Folhapress | ||
Professores municipais ligados ao Sinpeem em manifestação no Masp, em 2014 |
Na última sexta (4), docentes aprovaram em assembleia do Sinpeem o início do movimento grevista. Há uma reunião agendada para essa quarta com membros da Prefeitura. A gestão Fernando Haddad (PT) deve apresentar uma proposta.
A data-base do funcionalismo é em maio. Segundo o presidente do Sinpeem, Claudio Fonseca, há urgência porque o calendário eleitoral veta reajustes acima da inflação após 4 de abril.
"Precisamos da definição de quanto será o piso salarial de 2016", diz ele, que ainda defende a antecipação dos porcentuais previstos até 2018. "Não dá para esperar até lá com essa inflação batendo em 11%. A partir da reunião com a prefeitura, se houver uma proposta, vamos saber se a greve continua ou se será uma paralisação de um dia", completa.
A prefeitura informou que aposta no diálogo e que tem se esforçado para que haja valorização da categoria. A avaliação interna da equipe do secretário de Educação Gabriel Chalita e da cúpula da gestão é de que não há clima de greve entre os servidores.
ANTECIPAÇÃO
A última paralisação na rede ocorreu no primeiro semestre de 2014, ainda na gestão de Cesar Callegari como secretário de Educação. Após 41 dias de greve, o governo concedeu reajuste de 15,38%, dividido em três parcelas.
A primeira, de 5,54%, foi paga naquele ano e as outras duas ficaram para este ano: 3,74% a ser pago em maio e 5,39%, em novembro. No ano passado, um novo reajuste de 10% teve a incorporação ao salário divida. A primeira parte, de 5%, está prevista para maio de 2017 e o restante, de 4,76%, para maio de 2018.
É a antecipação desses porcentuais, planejados até 2018, que o Sinpeem exige. Os outros três sindicatos da categoria não decretaram greve.
Atualmente, o piso dos professores da rede municipal é de R$ 3.300 para jornadas de 40 horas. Na rede estadual de São Paulo é de R$ 2.416. Já o piso nacional docente chegou este ano a R$ 2.135,64.
Além das reivindicações relativas à remuneração, integram a pauta do movimento melhoria nas condições de trabalho. Estão na lista pedidos de redução do número de alunos por sala de aula e plano de segurança nas escolas.