Folha de S. Paulo


Novo secretário de Educação não garante continuidade de reorganização

O novo secretário estadual de Educação, José Renato Nalini, assumiu oficialmente o posto nesta quinta (28), evitando a se comprometer com a continuidade da reorganização escolar.

Questionado se a proposta continuará, Nalini disse que vai antes "ouvir todos, a comunidade, os especialistas". Disse também que não conhece a fundo a proposta.

Ele foi empossado em cerimônia na sede do governo. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) delegou a Nalini a responsabilidade de falar sobre a reorganização.

Nalini, 70, é ex-presidente do Tribunal de Justiça. No dia 22, quando foi anunciado, afirmou à Folha que buscaria "ouvir bastante".

Ele assume o posto após a saída de Herman Voorwald, que ficou desgastado devido ao recuo no seu projeto de reorganização escolar, apresentado ano passado.

A ideia era aumentar o número de escolas com apenas uma etapa de ensino (o médio, por exemplo). Para isso, 300 mil estudantes teriam de mudar de escola em 2016, e 94 colégios seriam fechados. Houve forte reação de alunos, pais e professores.

As manifestações ajudaram a derrubar a popularidade do tucano, que recuou, dizendo então que 2016 então seria o ano de "aprofundar o diálogo", mas que a proposta deveria continuar.

Nalini, por sua vez, disse nesta quinta que tem carta branca para definir a situação.

O secretário assume a maior rede de ensino do país, com 3,8 milhões de estudantes. Um dos maiores desafios é melhorar a aprendizagem dos alunos. Apenas 10% deles concluem o ensino médio com o conhecimento adequado em matemática, segundo tabulação da ONG Todos pela Educação.

Doutor em direito constitucional pela Faculdade de Direito da USP, Nalini contava com o apoio do secretário municipal de Educação, Gabriel Chalita (PMDB), que, apesar de estar na gestão Haddad (PT), é ouvido pelo governador, de quem já foi secretário.


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