Folha de S. Paulo


Escola Antônio Paiva de Sampaio é alvo de vandalismo em Osasco

A escola estadual Coronel Antônio Paiva de Sampaio no bairro Quitaúna, em Osasco, na Grande SP, foi alvo de vandalismo na noite desta segunda-feira (30).

A unidade de ensino foi ocupada por estudantes no dia 16 de novembro contra a proposta do governador Geraldo Alckmin (PSDB) de reorganizar os colégios por ciclos únicos de ensino (anos iniciais e finais do fundamental e o médio) a partir de 2016. A escola será uma das 92 que será fechada nesse remanejamento.

Irene Machado, dirigente regional de Osasco, informou que os vizinhos ouviram barulhos na escola e acionaram à polícia. Ao chegar ao local, a PM comunicou à Secretaria de Educação para autorizar a entrada na unidade.

A polícia disse que a escola foi furtada e depredada por volta das 18h desta segunda, mas que os suspeitos já haviam fugido do local quando chegaram. A dirigente confirmou que foram levados produtos eletrônicos como computadores, lap tops e que documentos foram espalhados pelas salas.

Um grupo ligado ao movimento dos estudantes contrários às mudanças na rede estadual postou em uma rede social que a escola foi invadida e destruída por pessoas estranhas. "Em hipótese nenhuma podemos levantar qualquer tipo de inferência de quem possa ter sido o autor do ato de vandalismo. Não temos nenhuma ideia dos responsáveis pelo ato", disse Machado.

A dirigente disse ainda que um inquérito foi aberto no 1° Distrito Policial de Osasco para apurar a autoria e que a escola fará um levantamento para avaliar todas as perdas. No início da noite, os alunos deixaram a unidade e retornaram para suas casas.

Segundo o grupo, policiais militares estavam no local e jogaram bombas de gás lacrimogêneo nos estudantes, mas não impediram que os invasores depredassem o colégio. A PM não confirma o confronto com os manifestantes. A secretaria disse que estava presente e que não presenciou qualquer ato contra os estudantes.

Sobre a retomada das aulas, Machado disse que ainda não há previsão devido aos estragos na unidade. "Primeiramente, vamos organizar a escola e isso pode levar pelo menos dois dias. Faremos uma mutirão para limpar a escola e dar condições de ensino. Também precisamos reorganização o calendário de aulas, já que com a paralisação os alunos devem ter aulas até janeiro", disse a dirigente. Inicialmente, as aulas terminaram no dia 18 de dezembro.

TUMULTO

Na manhã desta segunda, houve um princípio de tumulto entre pais contrários ao movimento de ocupação e estudantes nas escolas estaduais Maria Zilda Gamba Natel e Etelvina de Góes Marcucci em Paraisópolis, comunidade na zona oeste de São Paulo.

Os pais de alunos tinham sido convocados para uma reunião com a direção das unidades, marcada para as 7h. Um carro de som passou no último fim de semana convocando os pais para uma reunião com a direção da escola.

Alguns pais pediram que os alunos desocupassem a escola Maria Zilda. A dona de casa, Francisca Costa Silvia, 43, estava presente e disse que esses pais começaram a xingar e a ofender os estudantes. Já na Etelvina, os alunos não informaram quantos participavam do protesto.

Ambas as escolas atendem a alunos do ensino médio e fundamental e, com a nova reorganização, elas passarão a atender a apenas um tipo de ensino.


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