Folha de S. Paulo


Questões de matemática e de geografia da Fuvest exigiram mais dos alunos

Moacyr Lopes Junior/Folhapress
Candidatos em frente à Uninove, na Barra Funda, para a prova da Fuvest
Candidatos em frente à Uninove, na Barra Funda, para a prova da Fuvest

As questões de matemática, física e geografia foram os principais desafios dos alunos na primeira fase da Fuvest, na avaliação de professores. O exame ocorreu neste domingo (29).

Segundo a organização da prova, dos 142.721 candidatos esperados para o exame, não comparecem 13.922. O índice de abstenção, de 9,8%, foi menor do que o registrado no ano passado, de 10,2%.

O Anglo Vestibulares resolveu as questões da prova, que podem ser conferidas neste link: primeira fase da Fuvest.

"Foi uma prova de média para difícil, para definir: uma prova clássica, na qual o aluno tinha de ter base conceitual", afirmou o diretor de ensino do Anglo Vestibulares, Paulo Moraes. "O aluno tinha de saber a matéria. A Fuvest subiu nos últimos anos o nível da prova e vem mantendo um grau de dificuldade."

Na avaliação dele, um dos pontos que chamaram a atenção foi a presença de textos mais longos em inglês e história. "A prova em si vai cumprir o papel dela: selecionar os melhores. Mas, às vezes, há textos mais longos que podem assustar os alunos."

Segundo Moraes, as questões de matemática e de geografia foram consideradas as mais difíceis para os candidatos. Já as de história e biologia, fáceis.

"Foi uma prova bastante exigente, com muito conteúdo", afirmou Célio Tasinafo, diretor-pedagógico da Oficina do Estudante. "Foi mais exigente que a da Unicamp e da Unesp."

O coordenador-geral do Etapa, Marcelo Dias Carvalho, disse que, de forma geral, a prova foi bem elaborada. "Exploraram a contextualização quando foi necessário, o que foi visto nas questões de geografia e inglês. Nesta última, havia o tema da dengue e do Uber."

De acordo com Carvalho, as questões de geografia deram um pouco mais de trabalho aos candidatos. "O estudante tinha de analisar muitos gráficos e estatísticas."

O professor Elias Feitosa, do cursinho da Poli, disse que o nível de dificuldade das questões de história pode ser considerado mediano. "Mas com textos muitos longos, cansativos", afirmou. "Houve mais questões gerais do que história do Brasil. Vamos dizer que a divisão dos temas estava equilibrada. Conseguiu pegar temas tradicionais e temas para um candidato que está antenado. Sai da abordagem um pouco mais quadrada, era uma coisa mais analítica."

Para a coordenadora do curso e colégio Objetivo, Vera Lúcia da Costa Antunes, a prova de física foi a mais difícil. "Exigia que o aluno dominasse o conteúdo, tivesse um amplo conhecimento e demandou tempo dele", afirmou. "A segunda mais difícil foi a de matemática, que tinha resoluções longas e o aluno levava muito tempo. Não é adequado."

"A de química também foi considerada de média para difícil, com assuntos relevantes", acrescentou Vera.

PRÓXIMA FASE

A lista de convocados e os locais de prova da segunda fase do vestibular devem ser divulgados no dia 21 de dezembro. Os exames serão aplicados em janeiro.

Estão em disputa neste ano 9.568 vagas na USP e na Santa Casa. Outras 1.489 (13,4%) serão, pela primeira vez, selecionadas pelo Sisu (sistema federal), por meio do Enem. A adesão à seleção federal ficou a critério de cada unidade.

Medicina no campus de Ribeirão Preto é o curso mais disputado na Fuvest deste ano –são 71,9 candidatos por vaga. Em segundo lugar está psicologia, com 59,8, seguido do curso de medicina em São Paulo (58,8).


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