Folha de S. Paulo


Bioinformática tem alta demanda de profissionais da área médica

Há cinco anos, não se sabia o que eram tablets. Em 2007, o iPhone revolucionou o mercado dos smartphones. E, antes de 2004, todos viviam sem Facebook.

O mundo passa por mudanças significativas e rápidas e os segmentos profissionais se transformam no mesmo ritmo. Novas áreas são criadas e há carreiras que surgem como uma espécie de versão atualizada de profissões tradicionais. Essas áreas podem ser uma oportunidade do jovem se destacar no mercado de trabalho.

A Folha ouviu recrutadores, professores universitários e profissionais para destacar características destas profissões como perfil desejado pelas empresas, salário inicial e onde há vagas, que servem de indicação para ajudar na escolha ou na evolução da carreira.

Confira as características da Medicina e da Bioinformática:

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MEDICINA

ONDE ESTUDAR USP (Universidade de São Paulo), Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul)

DURAÇÃO DO CURSO 6 ANOS

O QUE FAZ É o profissional que investiga a natureza humana, pesquisa, previne e trata doenças, faz diagnósticos, pede exames, prescreve medicamentos e cirurgias. Depois da graduação, faz residência e pode escolher uma especialidade como pediatria, neurologia, cardiologia, etc.

Paulo Troya/Folhapress

SALÁRIO INICIAL R$ 12 mil

PERFIL DESEJADO PELAS EMPRESAS O mercado busca um médico com visão mais integrada dos processos e que obedeça regras e métricas

ONDE HÁ VAGAS A maior demanda ainda está nos hospitais, mas também há postos nas operadoras de saúde, na indústria farmacêutica e de equipamentos médicos. Atualmente, faltam profissionais em pediatria, oncologia e neurologia

VISÃO DE QUEM FAZ "Quando entramos na faculdade, percebemos que cabe a nós mais do que salvar alguém. O papel do médico é promover qualidade de vida para os seus pacientes. E muitas vezes acabamos frustrados por não conseguirmos ajudar, por falta de infraestrutura de acesso a serviços de saúde"

Tauany Furlani, 23, estudante na Faculdade de Medicina Santo Amaro

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BIOINFORMÁTICA

ONDE ESTUDAR UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), USP (Universidade de São Paulo), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)

DURAÇÃO DO CURSO
2 a 4 anos

O QUE FAZ É o profissional que analisa dados biológicos. Ele usa informações genéticas para desenvolver medicamentos, e estatística e computação para interpretar as informações

SALÁRIO INICIAL De R$ 6 mil a R$ 20 mil (dependendo se é no meio acadêmico ou empresarial)

PERFIL DESEJADO PELAS EMPRESAS O profissional da área precisa conhecer linguagens de programação, banco de dados e algoritmos, além da medicina

ONDE HÁ VAGAS Bioinformática está presente em todos os campos de estudo da parte de genética e genoma. Isso inclui não apenas a medicina mas também estudo de organismos geneticamente modificados e processos de plantio. A principal demanda ocorre principalmente na área de pesquisa, em hospitais-escolas, universidades e até companhias como o Google, na coleta de dados

VISÃO DE QUEM FAZ
"O trabalho com análise de dados genéticos é um grande desafio intelectual. Há ainda uma enorme demanda. Não conheço ninguém que esteja desempregado"

Raony Guimarães, 28, criador do software Mendel, para investigação de doenças mendelianas

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TELEMEDICINA

ONDE ESTUDAR USP (Universidade de São Paulo), Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) (Não há cursos específicos para a área. Profissionais dizem aprender o ofício com a prática nas instituições)

DURAÇÃO DO CURSO 6 ANOS

O QUE FAZ Pratica medicina à distância por meio de análise de imagens, vídeo, programas de computador e máquinas voltadas para exames e cirurgias

SALÁRIO INICIAL R$ 12 mil

PERFIL DESEJADO PELAS EMPRESAS Um médico capaz de operar a programação de computador e o maquinário necessário, que consiga se comunicar e trabalhar em equipe

ONDE HÁ VAGAS Hospitais, clínicas e postos de saúde

VISÃO DE QUEM FAZ
"Em um país enorme como o Brasil, e com a defasagem de médicos que ainda temos, a telemedicina é mais do que uma tendência, é uma necessidade. Para que ela cresça no país, além dos investimentos dos setores público e privados, profissionais da área precisam romper a resistência quanto ao trabalho em equipe e ao uso da tecnologia"

Milton Steinman, 51, Cirurgião e coordenador de telemedicina do Hospital Israelita Albert Einstein


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