Folha de S. Paulo


Unesp abre processo para investigar pichações racistas em banheiro

A direção da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação da Unesp decidiu abrir processo averiguatório para apurar responsabilidades no caso de pichações racistas feitas no campus de Bauru (a 330 km de São Paulo) contra mulheres negras da universidade, o Coletivo Afrodescendente e o professor Juarez Tadeu de Paula Xavier, coordenador executivo do Núcleo Negro Unesp para a Pesquisa e Extensão.

O processo de apuração começa nesta segunda-feira (27).

As pichações racistas foram encontradas no banheiro do Departamento de Comunicação Social na sexta-feira (24). "Negras fedem", "Juarez macaco" e "Unesp cheia de macacos fedidos" foram as frases escritas no banheiro.

Em nota oficial, a direção da Unesp informou que repudia o ato de racismo e que o processo incluirá levantamento de informações e obtenção de nomes, datas e horários que possam resultar em provas que comprovem a infração ao regimento geral da universidade.

Caso sejam encontrados, os responsáveis pelas pichações poderão receber punição que vai da advertência verbal ao desligamento da instituição.

"Trata-se de um ato contra o estado democrático de direito, a população afrodescendente e a política de inclusão adotada pela Unesp", diz a nota da universidade.

O professor Juarez Xavier também repudiou as pichações, definidas por ele como racistas e covardes.

"O racismo é um crime inafiançável e imprescritível e, na medida em que os responsáveis forem identificados, deverão ser punidos", disse, em nota de repúdio publicada em seu perfil no Facebook.

O professor recebeu dezenas de manifestações de apoio nas redes sociais.

Neste sábado (24), após o registro fotográfico que fará parte do processo averiguatório, as pichações foram apagadas. Em seguida, um grupo de alunos da Unesp colou frases contra o racismo no local.


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