Folha de S. Paulo


USP pode escolher 14% dos alunos pelo Enem em vez da Fuvest

A USP decidirá na terça-feira (23) se 14% dos seus calouros serão selecionados pelo Enem, em vez do tradicional vestibular da Fuvest.

Nesta semana, a instituição paulista finalizou a proposta a ser apreciada pelo Conselho Universitário, última instância de discussão.

Segundo a proposta, ficarão de fora desse novo sistema cursos tradicionais de unidades da capital, como medicina, engenharia, administração e comunicação.

Por outro lado, devem entrar no sistema de seleção federal relações internacionais (20%), direito (20% das vagas) e pedagogia (30%).

Cada faculdade definiu se aceitaria aderir à iniciativa e com quantas vagas. Os demais calouros continuarão escolhidos pela Fuvest.

No caso da medicina, o conselho de graduação chegou a aprovar a adesão ao novo sistema, mas a congregação, que é superior, vetou.

"A Fuvest já é consolidada. O Enem necessita de mais tempo para se consolidar", disse o diretor da Faculdade de Medicina, José Otavio Auler Júnior. "A matéria necessita de mais discussão."

A universidade trata como "experimental" a entrada no sistema baseado no Enem. A expetativa da reitoria é que a medida seja aprovada no Conselho Universitário, segundo a Folha apurou.

DIVERSIFICAÇÃO

Desde que tomou posse, no ano passado, o reitor Marco Antonio Zago defende que a instituição deve diversificar seu processo de seleção de estudantes de graduação.

Para ele, a prova da Fuvest é eficiente, mas pode deixar de fora estudantes com bom potencial. O Enem é conhecido por exigir mais raciocínio e menos conteúdo, comparado ao exame da Fuvest.

Por outro lado, há o temor em parte da instituição de que entrem alunos menos preparados para os cursos da melhor universidade do país.

A área de humanidades é a que mais deve ter vagas no sistema federal (15,4%).

A FFLCH (filosofia, letras e ciências humanas) destinará cerca de 20% de seus postos; a USP Leste, 30% –este é o teto estipulado pela USP.

A área com menos vagas previstas para o programa é a de exatas (11,1%).

No sistema federal, chamado Sisu, o aluno usa a nota no Enem para disputar postos em escolas, principalmente federais, no país todo.

Segundo o governo federal, essa possibilidade de mobilidade é uma das principais vantagens do seu sistema.


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