Folha de S. Paulo


Guia para os 'atrasados' traz dicas de estudo para o Enem e vestibular

Organize seus estudos para o Enem e demais vestibulares; Crédito: Editoria de Arte/Folhapress

O segundo semestre vem aí e, com ele, as provas que definirão o futuro de milhões de jovens. Quem ainda não pegou nos livros até agora se pergunta: ainda dá tempo?

Especialistas ouvidos pela Folha dizem que sim, mas ponderam: numa curta e intensa maratona de aulas, sem organização, não vale a pena nem começar o desafio.

O estudante paulistano Lucas Correa, 19, carrega o peso de não ter cumprido seu próprio roteiro de estudos.

Agora, terá apenas 13 semanas de aulas num cursinho para encarar a disputa no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) por uma vaga em engenharia elétrica.

"Faltaram foco e disciplina. Já faz um ano que eu estou parado em casa e sempre fico desviando da cobrança dos meus pais", diz.

O consultor em administração de tempo, Sérgio Guimarães, ensina que olhar o problema por inteiro paralisa.

"Fracione as dificuldades para dar o primeiro passo. Se conseguir começar a estudar, já saiu da inércia", afirma.

O coaching César Cordeiro lembra que é contraproducente e impossível resgatar o conteúdo de uma vez só.

"Esse estudante precisa focar em matérias que ele domina e buscar um mínimo de conhecimento nas que ele não tem familiaridade para não zerar as provas", diz.

"Ele deve priorizar 70% de seu tempo nas áreas em que é bom e 30% nas demais", complementa Christian Barbosa, especialista em produtividade.

Vera Antunes, coordenadora do cursinho Objetivo, em São Paulo, contesta. "Essa lógica de estudo vale apenas para cursos pouco disputados. Os que estão na vitrine, como medicina e direito, exigem um aluno completo."

Enem

CULTURA DE PROVA

Se comparecer às aulas é lei, o que fazer fora delas? Os especialistas dizem que é preciso separar um tempo para revisar o conteúdo aprendido a cada dia.

"Elabore uma pauta de estudos já para as próximas 24 horas, semanas e meses e estabeleça uma jornada, que pode iniciar com meia hora e ir crescendo gradativamente", diz Guimarães.

"Faça pequenas pausas quando estiver estudando. Elas ajudam a dar mais concentração", lembra Christian.

Para a coordenadora do cursinho XI, Augusta Barbosa, o estudante também precisa adquirir, na sua preparação, uma "cultura de prova".

"Ele deve entender o formato do teste por inteiro, e isso só se obtém com treino. Vale resolver as provas anteriores e cronometrar o tempo gasto em cada questão", diz.

O que fazer para passar longe do fantasma da nota zero na redação? Helena Albuquerque, especialista em educação, da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), ensina um truque.

"Faça exercícios de interpretação de texto que exijam, ao mesmo tempo, uma leitura crítica e conhecimentos em gramática", conta.

"E redija o máximo de textos que conseguir sobre as principais questões do momento", lembra Antunes.

A nova safra de cursos preparatórios para o Enem e para os vestibulares das universidades públicas paulistas começa em agosto. Prepare o bolso: em média, o custo total vai de R$ 2.300 a R$ 4.200.

"O jovem precisa entender que ele enfrenta uma guerra consigo mesmo. É apenas uma fase", define o psiquiatra Celso Lopes de Souza.


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