Folha de S. Paulo


Unicamp muda regras para vestibular atrair mais alunos de escolas públicas

Após dois anos de discussões, a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) aprovou novas regras para facilitar a entrada nos cursos da instituição dos alunos provenientes de escolas públicas e dos autodeclarados pretos, pardos ou indígenas –de acordo com a nomenclatura empregada pela instituição.

Segundo as novas regras, os alunos dessas categorias recebem pontos de bonificação já na primeira fase do vestibular. Antes, os bônus só eram concedidos na segunda fase, após ele ser aprovado na primeira, de múltipla escolha.

O objetivo é alcançar –até 2018– a meta fixada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) de ter 50% das matrículas provenientes de estudantes da escola pública e 35% dos demais grupos sociais. A Unicamp oferece 3.300 vagas por ano em 66 cursos de graduação.

No último vestibular, a universidade registrou queda de 21,4% no número de alunos matriculados do primeiro grupo, e de 16,4% no segundo.

Foram 997 estudantes vindos de escolas públicas –menor número desde 2010–, e 518 do segundo grupo –15,7% do total.

De acordo com as novas regras, serão 60 pontos para o estudante de escola pública e mais 20 para o que declarar à Unicamp ser preto, pardo ou indígena. Na segunda fase, as categorias ganham 90 pontos na redação e 90 nas provas dissertativas –mais 30, nos casos de negros, mulatos e indígenas.

As novas medidas foram aprovadas nesta semana pelo Consu (Conselho Universitário), órgão máximo de deliberação da Unicamp, dentro do Paais (Programa de Ação Afirmativa e Inclusão Social).

A universidade tem um dos vestibulares mais concorridos do país. As metas do governador também servem para a USP (Universidade de São Paulo) e Unesp (Universidade Estadual Paulista) que, ao contrário da Unicamp, registraram alta no último ano.


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