Folha de S. Paulo


Diplomas são iguais, mas os alunos, diferentes, diz reitor do Mackenzie

"Quando o aluno recebe o diploma do curso de graduação, não há especificação se ele foi presencial ou a distância. Exatamente para dizer: o curso é o mesmo. A metodologia é que é diferente", afirma Benedito Aguiar Neto, reitor do Mackenzie.

A qualidade do ensino pode até ser parecida, mas as exigências sobre o estudante universitário são bem diferentes no formato virtual.

"A essência de um aluno a distância é que ele precisa ser mais ativo. Não pode mais ir para a aula e ficar dormindo lá atrás, ele precisa se manifestar, interagir", explica Gilda Helena de Campos, coordenadora da PUC-RJ.

Nara Pimentel, diretora da UnB (Universidade de Brasília), lembra que o universitário brasileiro lê pouco, o que é incompatível com o ensino superior a distância.

Luana Carvalho, que cursa as duas modalidades de graduação, atesta que precisa recorrer às madrugadas para estudar. "Antes de assistir aos vídeos das aulas, imprimo e leio todo o material."

Outro aspecto diferente é a perda de parte da sociabilidade da vida universitária. Para Gilda Campos, os recursos de interatividade são importantes nesse ponto, pois representam a conexão do aluno com colegas e mestres.

Segundo Luana, a interação com os docentes, mesmo reduzida, existe. Ela conta que, no seu curso virtual de geografia na Anhanguera, os tutores fazem plantões on-line três vezes por semana, para esclarecer dúvidas.

E ela deu um jeito de conectar sua turma, criando um grupo no Facebook para discutir o aprendizado. "Em menos de 15 dias, mais de 200 pessoas já entraram."


Endereço da página: