Além do estudo, certas estratégias podem ajudar a tornar o caminho do vestibular menos tortuoso.
Uma das principais dicas dos professores ouvidos pela Folha é começar as provas por onde o aluno domina.
"A primeira regra, fundamental, é não se deter nas questões que não tem certeza se sabe fazer", diz Luís Ricardo Arruda, coordenador-geral do Anglo Vestibulares.
As perguntas devem ser seguidas na ordem em que estão no caderno, para evitar que alguma seja esquecida, e as mais difíceis deixadas para serem respondidas depois, em uma revisão da prova.
"Marcar um 'D' do lado dessas questões pode ajudar a lembrar depois", diz Rodrigo Fulgêncio, coordenador de medicina do curso Poliedro.
Mas o aluno não deve ficar consternado ao se deparar com uma questão que considera impossível de resolver.
"Um vestibular tem de 5% a 7% de questões que são muito difíceis", comenta Arruda. "Em provas de teste, é o básico bem feito que vai fazê-lo passar", completa Fulgêncio.
Outro ponto é saber controlar o relógio para que não falte tempo para parte das questões ou para a redação.
"Numa prova como a Unesp de meio do ano, que possui 90 testes, o aluno tem, em média, três minutos por questão", diz Fulgêncio.
De acordo com a facilidade que tem em cada disciplina, pode-se gastar mais ou menos tempo com as perguntas. "O que não pode é ficar mais de seis minutos numa questão só", afirma Fulgêncio.
O tempo é decisivo também para a redação. "Não se faz uma boa redação, que esteja num grau de adequação para competir, em 15 ou 20 minutos", afirma Daniela Aizenstein, coordenadora do ensino médio do Poliedro.
Para ela, se o aluno for deixar a redação por último, tem que se certificar que tem tempo o suficiente para, pelo menos, fazer um plano de texto. "Algumas provas são curtas e não há tempo para fazer o rascunho. Ele é importante, mas essencial mesmo é organizar as ideias que estarão no texto", diz Aizenstein.
"Indico que os alunos aproveitem até o momento em que o fiscal pedir a prova. Usar todos os segundos é importante para ganhar mais pontos", recomenda o professor Marcelo Dias Carvalho, do curso Etapa.
Por fim, também ajuda esquecer a pressão e lembrar do clássico "mantenha a calma".
"Fazer o vestibular é fazer a arte do possível. O vestibulando deve se preparar para dar o seu melhor. Ele tem que cobrar de si mesmo a atitude de fazer o que é possível e não cobrar o resultado sozinho", conclui Arruda.