Folha de S. Paulo


Professores de SP decidem manter greve em nova assembleia

Os professores da rede estadual decidiram em assembleia, realizada no vão-livre do Masp, no centro de São Paulo, nesta sexta-feira (8) manter a greve que já dura 54 dias.

Os docentes interditaram completamente as pistas local e expressa da marginal Pinheiros, na altura da ponte Eusébio Matoso, sentido Castello Branco, por cerca de uma hora e meia. Às 20h45, a via já tinha sido liberada.

Durante o trajeto, trechos das avenidas Paulista, Rebouças e da rua da Consolação foram bloqueados.

Segundo a Apeoesp (sindicato dos professores), o protesto reúne cerca de 50 mil pessoas. A estimativa da Policia Militar, entretanto, era de que 1.500 docentes estavam no local.

Os grevistas pedem reajuste salarial de 75,33%. É o percentual que o sindicato diz ser necessário para equiparar o salário do docente ao dos demais profissionais com formação semelhante.

O governo afirma não ser o momento de discutir reajuste. Nesta semana, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse que, quando o último aumento completar um ano, em julho, discutirá novo reajuste.

"Se o governo puder, quer dar o máximo. Agora, não tem como dar reajuste de oito em oito meses." Para ele, a greve "não tem adesão".

Editoria de Arte/Folhapress

As partes apresentam dados diferentes sobre a adesão à greve. O governo estadual diz que não passa de 5%. O sindicato fala em 50%.

Levantamento da Folha com as 15 maiores escolas da capital nesta semana encontrou adesão de 15% dos docentes.

Em nota, a secretaria estadual de Educação afirmou que lamenta a manutenção da greve dos professores, "nitidamente contaminada por interesses incompatíveis com o momento econômico atual" e que "visa prejudicar o cotidiano de quatro milhões de alunos e de seus pais".

A pasta ressaltou também que continua aberta ao diálogo, e fará nova reunião com o sindicato na próxima quarta-feira (13).

Na quinta-feira (7), a reunião de conciliação entre o governo estadual e Apeoesp (sindicato dos professores do Estado) terminou sem acordo.

A reunião foi convocada pelo Tribunal de Justiça, a pedido da Apeoesp. Como não houve acordo, agora será aberto processo judicial para o caso.

A Justiça determinou, liminarmente, que o governo não desconte os dias parados dos grevistas. O entendimento é que a Constituição protege o direito à greve.

O governo do Estado ainda pode recorrer da decisão.


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