Folha de S. Paulo


Greve dos professores em SP afeta 12 das 20 melhores escolas no Enem

Ao completar um mês, a greve dos professores estaduais de São Paulo atingiu 12 das 20 escolas da rede mais bem avaliadas pelo Enem na capital paulista.

Mapeamento da Folha nos últimos três dias nos colégios com as melhores notas em português verificou que a maioria tem sido afetada parcialmente pela paralisação.

Joel Silva/Folhapress
Professores fazem panfletagem em frente à escola estadual Professor Manuel Ciridião Buarque, na Lapa
Professores fazem panfletagem em frente à escola estadual Professor Manuel Ciridião Buarque, na Lapa

Alunos com professores em greve têm aulas vagas ou aulas com substitutos. O sindicato diz que em alguns casos os substitutos não são da matéria do professor titular.

A Secretaria da Educação afirma que 4,3% dos professores nessas 12 escolas se ausentaram. Nega troca de professores entre as disciplinas e diz não haver motivo para aula vaga porque a rede tem professores substitutos.

Os grevistas pedem aumento de 75%. Segundo a Apeoesp (sindicato da categoria), o reajuste equiparará a remuneração docente com a dos demais profissionais com formação semelhante.

O piso é de R$ 2.416, para jornada semanal de 40 horas no ensino médio.

O governo Geraldo Alckmin (PSDB) afirma ter dado reajuste de 45% em quatro anos e que distribuirá R$ 1 bilhão em bônus ainda em 2015.

Editoria de arte/Folhapress

As duas partes discordam sobre a adesão à paralisação na rede, que conta com 4.000 escolas e concentra metade das matrículas no Estado.

A Apeoesp afirma que são 58% dos professores. Segundo o governo estadual, nesta quinta (16), 5,1% dos professores faltaram no Estado.

Está marcada para esta sexta (17) assembleia dos docentes na avenida Paulista.

SITUAÇÃO

O número de docentes em greve varia. Na Professor Manuel Ciridião Buarque, na Lapa (zona oeste), havia cerca de dez docentes parados, segundo servidores –foi o maior número encontrado.

No final da manhã de quarta (15), 40 alunos estavam na porta, em aula vaga. Dois disseram, sem dar o nome, que achavam "válida" a greve.

Professores entregavam aos estudantes panfletos a serem mostrados aos pais.

Zanone Fraissat/Folhapress
Docentes em greve ocuparam o prédio da Assembleia Legislativa de São Paulo
Docentes em greve ocuparam o prédio da Assembleia Legislativa de São Paulo

O papel falava da reivindicação de reajuste e de melhoria das condições de trabalho.

Na escola Professor José Monteiro Boanova, cinco professores estavam em greve. Em três salas, os estudantes chegaram a ser dispensados.

A presidente da Apeoesp (filiado à CUT), Maria Izabel Noronha, afirma que não haverá prejuízo aos alunos, porque as aulas serão repostas.

Professores passaram a madrugada de quinta na Assembleia. O grupo saiu à tarde depois de o presidente da Casa, Fernando Capez (PSDB), se propor a mediar negociação entre as partes.


Endereço da página: