Folha de S. Paulo


Acampar na Assembleia visa chamar atenção aos professores, diz sindicato

Acampar na galeria do plenário da Assembleia Legislativa foi um meio de chamar a atenção da sociedade para a greve dos professores da rede estadual de São Paulo, segundo o sindicato que representa a categoria.

"Queremos chamar a atenção para as nossas reivindicações, tanto dos deputados quanto da sociedade", disse Ezio Expedito Ferreira Lima, 46, secretário adjunto de políticas sociais da Apeoesp (sindicato da categoria).

Cerca de 420 professores passaram a noite nas galerias do plenário, disse ele. Alguns dormiram com cobertores trazidos por quem mora próximo ao prédio da Assembleia, que fica no Ibirapuera (zona sul).

O presidente da Casa, o deputado estadual Fernando Capez (PSDB), foi inicialmente contra a disposição dos manifestantes de dormir no local, segundo Lima. Depois, concordou que o grupo ficasse. A reportagem ainda não conseguiu contato com Capez.

Os docentes ficarão na Assembleia ao menos até as 16h desta quinta. Eles falarão em plenário do que pleiteiam, durante a sessão de hoje no local.

Os professores reivindicam 75% de reajuste salarial. Dizem ainda que o governo Geraldo Alckmin (PSDB) fechou 3.400 salas de aula no Estado, o que resultou em piora nas condições de trabalho para os docentes e na qualidade da aula para os alunos, uma vez que as salas ficam mais cheias, afirma o sindicato.

A categoria também protesta contra a condição de trabalho dos professores temporários.

A categoria diz que a paralisação tem a adesão de 75% dos professores, enquanto a Secretaria de Educação afirma que 91% dos profissionais continuam comparecendo normalmente às aulas.

Em nota, a Secretaria da Educação afirmou que "rechaça as inverdades" do sindicato e que, ao longo de quatro anos, a categoria teve reajuste de 45%. SP tem cerca de 5.300 colégios, 230 mil professores e 4 milhões de alunos.


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