Folha de S. Paulo


Governo diz que 12% dos alunos ainda não conseguiram renovar o Fies

O Ministério da Educação informou nesta sexta-feira (20) que 12% dos estudantes que já tinham Fies ainda não conseguiram renovar os contratos de financiamento estudantil.

Desde o início do ano, estudantes reclamam que o sistema on-line é instável e que passavam dias sem conseguir finalizar o processo.

O ministério disse nesta sexta que melhorou a estrutura, que sofria com sobrecarga de acessos, e as renovações (aditamentos) estão mais rápidas.

Assim, não tiveram o processo de renovação iniciado apenas 228 mil dos 1,9 milhão de contratos.

O processo vai até 30 de abril. Segundo o ministro interino da Educação, Luiz Cláudio Costa, a pasta garante o aditamento para todos os alunos interessados.

Uma das explicações para a sobrecarga é que o sistema abriu neste ano quase dois meses depois do período tradicional.

A pasta disse que o site ficou fechado para que houvesse readequação às novas regras implementadas desde dezembro, que restringem novos contratos.

Segundo o ministério, pode haver, por exemplo, menos financiamento estudantil em cursos com notas intermediárias (antes, praticamente todos esses pedidos eram aceitos).

O balanço do governo desta sexta aponta que o sistema recebeu 196 mil solicitações para novos financiamentos neste ano. Não foi informado o número referente ao ano passado.

As faculdades afirmam que foram avisadas informalmente que haverá apenas 30% de novos contratos oferecidos em 2014.

O ministro disse também que vai criar uma câmara técnica, que analisará os aumentos das mensalidades aos alunos que usam o Fies.

O governo passou a determinar em 2015 um teto para reajuste, de até 6,41% em relação ao ano passado. A câmara, diz Costa, analisará pedidos de faculdades para aumentos acima desse patamar.

"Mas terá de apresentar dados concretos. Contratou muitos professores doutores? Pode ser uma justificativa", disse o ministro. "Mas não vamos deixar qualquer aumento. Até porque é um financiamento, o aluno terá de pagar esses valores depois. Temos de protegê-los."

A pasta reconhece que, além de ajustes operacionais no programa, também foi levado em conta os cortes orçamentários do governo neste ano.


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