Folha de S. Paulo


USP diz que investiga aluno em dois casos; suspeito alega inocência

A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo diz que o inquérito do caso de estupro supostamente ocorrido no local conhecido como Casa do Estudante de Medicina foi concluído em 2012 e "houve a constatação de estupro". O documento foi enviado ao Ministério Público. O processo está em sigilo.

A Faculdade de Medicina da USP diz que uma sindicância e um processo disciplinar foram abertos para apurar duas denúncias de estupro envolvendo o estudante –feitas pela aluna de enfermagem e por uma estudante de medicina.

Segundo a faculdade, o nome da sindicância sobre o caso não tinha o termo "estupro" para preservar "o sigilo e a privacidade dos envolvidos", mas a denúncia foi abordada. Diz que "não pôde, à época, atestar a ocorrência do estupro".

A Escola de Enfermagem diz que a não formalização de queixa de bullying contra a aluna inviabilizou ações mais "contundentes" e que o primeiro pedido de trancamento foi indeferido pelo bom desempenho da aluna.

ALUNO ALEGA INOCÊNCIA

O aluno apontado pela estudante como autor do estupro se diz inocente. "As acusações não têm arcabouço para se sustentar", afirmou, em mensagem à reportagem.

Seu advogado, Daniel Alberto Casagrande, diz que comissões internas da universidade não concluíram nada contra o aluno. "Temos convicção de que essa [nova comissão de apuração] vai ter o mesmo fim que as outras."

A Faculdade de Medicina esclarece que, das duas denúncias de estupro contra o aluno, apenas o caso de 2012 foi apurado anteriormente. A indicação de um estupro em 2011, de uma aluna da medicina, seria nova.

Segundo o advogado, "já foram instauradas apurações que foram arquivadas pela faculdade. Isso é tudo requentado pela CPI [da Assembleia Legislativa que investigou denúncias de estupros]", disse.

Para o advogado, não há nenhuma evidência nova.

"[O aluno] está sofrendo uma perseguição, servindo de bode expiatório. É um menino que tem uma origem super humilde. Parece que pegaram para Cristo", afirmou.

A Faculdade de Medicina afirma que as duas denúncias de estupro estão sendo apuradas internamente e que não se pode afirmar se houve ou não alguma infração.


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