Folha de S. Paulo


USP pode levar abono salarial à aprovação do conselho universitário

A USP estuda levar eventual concessão de abono salarial a grevistas ao Conselho Universitário.

Em comunicado, a universidade disse a servidores que esperará a definição de parâmetros pelo Cruesp, órgão que reúne reitores da USP, Unesp e Unicamp, para encaminhar a medida internamente.

O Cruesp discute nesta terça-feira (9) a proposta da Justiça de Trabalho de abono de 28,6% a servidores paralisados no período de maio a setembro.

Os grevistas já aceitaram a proposta do Tribunal Regional do Trabalho, que também prevê reajuste salarial de 5,2%.

Para Magno de Carvalho, um dos diretores do Sintusp, sindicato de trabalhadores da USP, a medida poderá retardar o encerramento da greve, já que não há data prevista para reunião do Conselho Universitário sobre o tema.

O Sintusp condiciona ainda o fim da paralisação a um acordo de não reposição de horas não trabalhadas.

No comunicado, a reitoria se diz "disposta a estudar a forma e o prazo de reposição dos dias parados, bem como a viabilidade jurídica do pagamentos dos valores descontados a título de vale-refeição à medida que a reposição de horas ocorrer".

Isso porque grevistas também pedem o ressarcimento de benefícios suspendidos durante a paralisação.

Segundo a reitoria, caberá também a um grupo de trabalho do Cruesp a discussão sobre benefícios.

A USP "reafirma o respeito ao direito de greve" e garante a não punição criminal, administrativa ou acadêmica de "quem quer que seja".

PROTESTO

Segundo a Polícia Militar, 200 pessoas participam de protesto convocado por grevistas em frente ao edifício onde o Cruesp se reúne, na rua Itapeva, em São Paulo.

A passeata saiu do vão-livre do Masp, na avenida Paulista.

O grupo entoa palavras de ordem como "[governador de São Paulo, Geraldo] Alckmin, a culpa é sua. Cortaram meu salário e a greve continua" e "Fabio Hideki [servidor preso em manifestação em junho] mandou dizer que essa greve nós vamos vencer".


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