Folha de S. Paulo


Plano contra a crise prevê corte de até 10% dos funcionários da USP

O plano de demissão voluntária da USP prevê corte de até 10% dos servidores, segundo o projeto votado no Conselho Universitário. O percentual corresponde ao total de funcionários que poderá aderir ao plano.

O público-alvo do programa são funcionários técnicos administrativos entre 55 a 67 anos e com mais de 20 anos de trabalho na USP, a maioria já aposentados ou em condições de se aposentar.

Inicialmente, um estudo preliminar apontava 2.800 servidores nesta condição -caso todos eles aderissem ao projeto, porém, o custo total seria de R$ 700 milhões.

A USP diz que, "dada a situação financeira da universidade, optou-se em dar uma dimensão menor ao programa, com investimento de R$ 400 milhões e escopo de 1.700 servidores".

Hoje, 97% do total de funcionários da USP são contratados por CLT –o que pode aumentar a adesão ao programa, já que o regime não prevê aposentadoria integral.

Os voluntários poderão se inscrever a partir de outubro. As demissões ocorrem de janeiro a março. Servidores fora do perfil também podem se candidatar, diz a USP.

Caso toda a meta seja atingida, a previsão é de economia de R$ 22 milhões por mês.

Editoria de arte/Folhapress

Mesmo com o plano de demissões, a universidade deve continuar usando suas reservas orçamentárias até 2017, de acordo com documento apresentado ao conselho.

A poupança deve cair de R$ 1,8 bilhão para R$ 1,2 bilhão (valores aproximados).

Nesta quarta (3), em meio a uma greve de alunos, professores e funcionários em curso há cem dias, os reitores das universidades estaduais paulistas decidiram conceder reajuste salarial de 5,2% em 2014.

A medida foi anunciada pelo Cruesp, conselho de reitores das três instituições, em reunião com o Fórum das Seis, que congrega representantes dos sindicatos de docentes e de servidores.

Com isso, a USP deve terminar o ano com 104,95% de seu orçamento comprometido com folha de pagamento. Hoje, o índice é de 105,6%. A Unicamp estima comprometer 94,85% e a Unesp 93,2%.

Marilza Rudge, reitoria da Unesp e atual presidente do Cruesp, disse à Folha que a decisão resulta de um "processo de negociação", a despeito da acusação de servidores e docentes de que o órgão é autoritário. "Esperamos que a greve se encerre, porque é muito dinheiro [com salários]."

As associações dos docentes e dos servidores da USP disseram que manteriam a greve até assembleias de seus sindicatos. Cruesp e Fórum das Seis se reúnem de novo na terça-feira (9).


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