Folha de S. Paulo


USP prevê 2.800 demissões voluntárias contra a crise financeira

O novo plano de contingência feito pela USP prevê programa de demissão voluntária para funcionários mais experientes, transferências de hospitais para o Estado e alienação (venda) de imóveis.

As medidas foram definidas nesta sexta-feira (15) após o reitor, Marco Antonio Zago, se reunir com diretores das faculdades. As alterações ainda terão de ser validadas pelo Conselho Universitário.

No caso do programa de demissão voluntária, a expectativa é que abranja 2.800 dos 17.500 funcionários não docentes, com idade entre 55 e 67 anos e mais de 20 anos de carreira. Eles terão vantagens como indenização de um salário a cada ano trabalhado (até o limite de R$ 400 mil).

Caso a medida seja efetivada, Zago afirma que haverá diminuição de 6,5% das despesas com folha de pagamento até 2016 (hoje a instituição usa 106% do orçamento para pagar pessoal).

Editoria de arte/Folhapress

O reitor disse que se os cortes forem confirmados haverá "condição para a universidade fazer negociações salariais pelo menos com correção da inflação". Até o momento, não há proposta de reajuste salarial para 2014.

Após a Folha divulgar na quinta-feira a intenção do reitor em reduzir o quadro de servidores, o sindicato dos funcionários disse que isso vai "destruir" a USP, pois já há setores com carência.

Ainda em relação aos funcionários, a reitoria pretende colocar um plano de redução de jornada para os servidores que se interessarem.

Outra proposta que o reitor pretende implementar é a transferência para o Estado do Hospital Universitário (Cidade Universitária) e do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (Bauru).

Segundo Zago, não haveria prejuízos acadêmicos, porque as atividades com os estudantes da universidade seguiriam inalteradas.

O que mudaria é que a instituição não precisaria mais gastar com manutenção das estruturas nem com recomposição de funcionários.

A universidade não enviou à Folha as informações detalhadas pedidas sobre os gastos com esses hospitais.

O reitor diz esperar o aval do Conselho Universitário para começar a negociar formalmente com o governo.

Outra medida proposta é a de alienar (vender) imóveis ou salas que a USP adquiriu durante a gestão anterior. Encaixa-se nesse perfil um prédio na rua da Consolação.


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