Folha de S. Paulo


Grevistas passam a madrugada acampados em frente reitoria da USP

Um grupo de cerca de 50 grevistas passou a madrugada desta terça-feira acampado em frente ao prédio da reitoria da USP (Universidade de São Paulo), zona oeste de São Paulo.

Os grevistas colocaram uma faixa na entrada do prédio pedindo que o reitor Marco Antonio Zago negocie com o grupo. Na faixa estava escrito a frase: " Enquanto Zago ganha R$ 26 mil, corta nossos salários e tira o sustento de nossas famílias! Negocie já!".

Para passar a noite, os grevistas montaram barracas na entrada do prédio e até uma rede foi estendida entre árvores em frente a reitoria.

Na tarde de segunda-feira (4), cerca de 300 grevistas bloquearam a entrada de ao menos dez prédios da universidade.

Segundo a universidade, foram fechados a reitoria e os nove prédios citados em uma liminar de reintegração de posse concedida pela Justiça no último dia 24. Eles tinham sido liberados no último final de semana, mas voltaram a ter as atividades suspensas nesta segunda.

Os prédios que foram fechados são: a prefeitura do campus, administração central, restaurante central, restaurante da física, arquivo central, museu de arqueologia, superintendência de tecnologia de informação, centro de práticas esportivas e a clínica de odontologia.

Já em relação às aulas, a universidade afirmou que elas acontecem normalmente em todas as faculdades. A reportagem esteve no campus e viu que não houve aulas na FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas). A reitoria, porém, afirmou que os alunos da unidade tiveram outras atividades.

A greve de funcionários, professores e uma parte dos alunos já acontece há dois meses. Durante o ato desta segunda, os funcionários fizeram uma assembleia em frente à reitoria e decidiram manter a paralisação. A ideia do grupo é pressionar a universidade a negociar um reajuste salarial.

O bloqueio da reitoria foi feito após os funcionários constatarem, durante a assembleia, que tiveram pontos descontados por conta da paralisação. A folha de pagamento foi disponibilizada aos trabalhadores por meio de um sistema interno e é referente ao período de 21 de junho a 20 de julho.

GREVE

Os trabalhadores das três universidades públicas estaduais (Unesp, Unicamp e USP) entraram em greve no dia 27 de maio, em protesto à proposta dos reitores de não conceder reajuste salarial à categoria.

O reajuste pedido por eles é de 9,78%. Os servidores, tradicionalmente, ganham reajuste em maio -em 2013, por exemplo, foi de 5,39%.

Os professores da Unicamp suspenderam a greve na quinta-feira (31), ao aceitar a proposta da reitoria de conceder um abono de 21% sobre o salário de julho.


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