Folha de S. Paulo


Após 10 anos, professores da USP entram em greve por reajuste salarial

Os professores da USP também vão entrar em greve por tempo indeterminado a partir da próxima terça (27). No início da tarde, os funcionários da universidade já haviam decidido pela paralisação. As categorias protestam contra a proposta dos reitores de não conceder reajuste salarial neste momento.

Esta é a primeira greve por aumento salarial dos professores da USP desde 2004, quando a reitoria também negou o reajuste salarial à categoria. Na ocasião, o movimento durou 65 dias e pedia um aumento de 16%.

Em julho, quando a greve terminou, o reajuste foi de 2% retroativo a maio. E mais aumentos sucessivos de cerca de 2% a serem recebidos em agosto e em janeiro de 2005.

"A opção pela greve foi feita pela maioria esmagadora dos professores presentes", diz Francisco Miraglia, secretário da Adusp (Associação dos Docentes da USP).

Em reunião com representantes dos servidores na manhã desta quarta, o Cruesp (Conselho de reitores das Universidades Estaduais de São Paulo), decidiu prorrogar as discussões sobre aumento salarial para setembro/outubro deste ano. Tradicionalmente, os servidores ganham reajuste em maio –em 2013, foi de 5,39%.

Os dirigentes universitários alegam que o comprometimento do orçamento com a folha de pagamento já está acima do adequado. Deveria estar próximo dos 85%, afirma, mas está em 105,33% na USP, 95,42% na Unesp e 97,33% na Unicamp.

"Os reitores apresentaram uma indisposição absoluta para negociar", diz Miraglia. Segundo ele, se houvesse um aumento no repasse do ICMS para as três universidades paulistas, seria possível garantir o reajuste salarial.

Segundo a associação, a estimativa é que a maioria dos professores participem do movimento. Tradicionalmente, as greves da USP começam com baixa adesão dos servidores, mas acabam ganhando força com o tempo.

O movimento deve ser engrossado com a participação dos alunos da universidade. Eles votam a adesão à greve em uma assembleia prevista para começar no início da noite desta quarta (21).

O indicativo de greve também será votado na Unicamp e na Unesp. Em Campinas, os servidores se reúnem às 12h desta quinta (22). A votação nos diferentes campi da Unesp ocorrem durante todo o dia desta quinta.


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