Folha de S. Paulo


Reitores mantêm proposta de não dar reajuste salarial a servidores

Os reitores da USP, Unesp e Unicamp resolveram manter a decisão de não dar reajuste salarial neste momento a funcionários e professores. A decisão foi tomada no fim da manhã desta quarta (21), após reunião com representantes das categorias.

Os servidores reivindicam 9,78% de aumento e já haviam agendado para esta quarta (21) uma paralisação geral nas três universidades, contra a proposta dos reitores de não conceder o reajuste.

Em nota, o Cruesp (Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas) afirma que prorrogou as discussões sobre aumento salarial para setembro/outubro deste ano. Tradicionalmente, os servidores ganham reajuste em maio –em 2013, foi de 5,39%.

Os dirigentes universitários alegam que o comprometimento do orçamento com folha de pagamento já está acima do adequado. Deveria estar próximo dos 85%, afirmam, mas está em 103% na USP e em cerca de 95% na Unesp e na Unicamp.

Durante a tarde, os servidores decidem em assembleias das categorias se acatam a proposta do Cruesp de prorrogar a negociação para o fim do ano ou se dão início a uma greve.

O Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP) já havia sinalizado nesta terça (20) que se não houvesse reajuste os servidores provavelmente optariam por uma paralisação por tempo indeterminado.

CARTA

Em texto divulgado nesta terça (20), a presidente do conselho que reúne os reitores, Marilza Cunha Rudge, afirmou que as escolas vivem um "período difícil".

"Bem sei que o salário não reposto mexe no bolso de cada um de nós e que a inflação corrói ainda mais o nosso poder de compra. Infelizmente, minha responsabilidade administrativa obriga-me a adiar para setembro/outubro a discussão do dissídio coletivo", afirmou ela, que é vice-reitora da Unesp e atualmente exerce a função de reitora.

Segundo os reitores, os reajustes acima da inflação concedidos nos últimos anos, além de contratações, são os fatores que mais pesaram no aumento das despesas.

Na USP, desde 2011 havia a previsão de usar parte das reservas orçamentárias para cobrir aumentos salariais.

De acordo com dados da reitoria, o salário médio dos técnicos subiu 75% em quatro anos; dos docentes, 43%. A inflação no período (de 2009 a 2013) foi de 27%.

Além de funcionários e professores, parte dos alunos da USP também deve aderir à paralisação, em protesto à redução de verba destinada à pesquisa e ao ensino. "A redução afeta seriamente a qualidade de ensino na universidade", afirma Magno.


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