Folha de S. Paulo


USP Leste adia o início do ano letivo pela terceira vez

Contrariando a reitoria da universidade, a USP Leste decidiu adiar o ano letivo na unidade, marcado para a próxima segunda-feira.

A previsão é que as atividades comecem no dia 31. É a terceira mudança no calendário da escola, interditada judicialmente devido à contaminação do solo. As aulas nos demais campi começaram em 17 de fevereiro.

O novo adiamento foi decidido ontem pela Comissão de Graduação da unidade, apoiada pela diretoria.

Em nota, a USP Leste afirma que os locais provisórios divulgados anteontem pela reitoria não possuem espaço suficiente nem salas com recursos para seus 5.000 alunos. A unidade afirma buscar outras alternativas.

A reitoria da USP havia divulgado que os estudantes começariam o ano letivo na segunda-feira e seriam distribuídos entre o campus Pinheiros, na av. Dr. Arnaldo (zona oeste), uma instituição particular (a Unicid) e a Fatec Itaquera (zona leste).

Desde o início, o anúncio causou críticas. A própria direção da USP Leste divulgou nota oficial anteontem dizendo que a solução da reitoria não era "a melhor". A unidade buscava concentrar os alunos na Cidade Universitária, no Butantã (zona oeste).

Por outro lado, parte dos alunos queria permanecer próximo à USP Leste.

Na decisão de ontem, a escola cita que haveria dificuldades no deslocamento com as opções dadas pela reitoria.

Além disso, o Centro Paula Souza, órgão estadual que administra as Fatecs, disse que a unidade de Itaquera não comportaria novos alunos.

Afirmou ainda que havia colocado à disposição da USP unidades no Tatuapé (zona leste) e no centro, mas não havia obtido resposta. Na tarde de ontem, a USP informou que aceitaria as opções, medida que perdeu valor após o novo adiamento das aulas.

Sobre a decisão da USP Leste de suspender o início das aulas, a reitoria afirmou que cabe à unidade organizar as suas atividades.

Segundo a Folha apurou, a equipe do reitor Marco Antonio Zago considera que não há espaço na Cidade Universitária para abrigar os 5.000 alunos do campus leste.

Já professores da unidade entendem ser um "rebaixamento" a distribuição dos estudantes entre instituições.

A contaminação no solo na unidade causa riscos à saúde e até de explosões, segundo a Promotoria e a Justiça.

A Secretaria de Desenvolvimento da gestão Alckmin (PSDB), pasta à qual a USP é subordinada, disse ontem em nota que a universidade tomou as medidas necessárias para a liberação do campus e aguarda decisão judicial.


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