Folha de S. Paulo


Unicamp encerra 2ª fase do vestibular com prova 'quadrada', dizem professores

A Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) encerrou na tarde desta terça-feira (14) a segunda fase do vestibular deste ano. Segundo professores ouvidos pela Folha, os três dias de provas deste ano foram marcados pela tradição de questões bem elaboradas, mas sem novidades e quase sem interdisciplinaridade, o que a deixou "quadrada".

A prova de hoje era composta por 24 questões e teve quatro horas de duração para abordar a matérias de biologia, química e física –conhecidas como ciências da natureza. Hoje, 13.713 candidatos fizeram a prova, uma abstenção de 13%.

O diretor pedagógico do curso pré-vestibular Oficina do Estudante, Célio Tasinafo, disse que a falta de interdisciplinaridade nas questões demonstra uma resistência da Unicamp em aderir a essa modalidade. "Ciências da Natureza, por exemplo, são áreas próximas, mas hoje ficaram sem relação. A prova foi muito cansativa e rendeu para o aluno que estudou de forma convencional, dentro da 'caixinha'", disse.

Tasinafo, porém, elogiou a falta de erros ou ambiguidades nas questões. "Essa foi, de longe, a prova mais tradicional deste ano, mas a banca teve o cuidado de contextualizar as questões e procurar associar o conteúdo à realidade prática das pessoas."

O professor de física do curso Objetivo Rogério Trava Airoldi afirmou que a prova foi bem distribuída e tradicional. "Ela estava rigorosa e abrangente, mas era muito bem dividida para cada disciplina, sem questões interdisciplinares", afirmou.

Segundo ele, essa fórmula privilegia os alunos que estudaram bastante. "Foi uma prova sem novidades, mas não temos críticas a fazer."

O professor de biologia do mesmo curso Marcelo Alex Leal disse que a prova foi boa e abordou assuntos básicos, como verminoses e relações ecológicas. "Dessa maneira, o aluno é obrigado a se manter atualizado com o que está acontecendo no mundo e na ciência", afirmou.

Para o professor química do Objetivo Sérgio Teixeira Bignardi, a prova foi bonita e envolveu situações cotidianas. "As questões tinham um nível de médio para cima, com enunciados bem elaborados sobre ingestão de álcool, acidente, reciclagem e fumaça tóxica.

O coordenador-geral do curso Etapa, Edmilson Motta, reforçou o discurso que a prova da Unicamp foi manteve o padrão dos últimos anos. "Ela foi mais tradicional que o esperado. Química explorou bem o cotidiano, como remédios, explosões etc, enquanto física foi a mais difícil", disse.

Segundo ele, as disciplinas foram organizadas em ordem de complexidade, o que ajudou possíveis candidatos que não conseguiram responder a todas as questões ou se dedicaram mais nas primeiras perguntas.


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