Folha de S. Paulo


"Fuvest seguiu tradição", dizem professores sobre primeira etapa da 2ª fase

As provas de português e redação da Fuvest –realizadas neste domingo (5)– não saíram do padrão tradicional da instituição. O grau de dificuldade manteve-se inalterado nas dez questões. É o que disseram os professores da área ouvidos pela Folha.

Fuvest tem abstenção de 7,8% no 1º dia de provas da 2ª fase

"Essa prova tocou em pontos que são cruciais para o conhecimento da língua. O que mais importa é saber se o usuário da língua sabe compreender e produzir os significados dela", refletiu Francisco Savioli, supervisor de Português do Anglo.

A nível de comparação, o diretor-pedagógico do Oficina, Célio Tasinafo, disse que "as questões não foram tão simples quanto as da Unesp (Universidade Estadual de São Paulo)."

Já o professor de Língua Portuguesa do Objetivo, Nelson Dutra, afirmou que as grandes áreas da gramática foram cobradas de forma inteligente. "Foi exigido conhecimentos de morfologia, semântica e sintaxe. Era necessário refletir a prova de forma crítica para respondê-la."

Os especialistas também disseram à Folha que desta vez, a prova não trouxe questões que misturavam texto e ilustrações. "A prova foi essencialmente textual", afirmou o coordenador do Etapa, Héric José Palos.

Nas questões de literatura, a Fuvest cobrou Drummond e os livros Til, e Memórias Póstumas de Brás Cubas. Todos passaram a integrar a lista mais recentemente.

"O candidato precisava saber interpretar a obra dentro da escola literária", explicou Tasinafo.

REDAÇÃO

A redação versou sobre o peso da velhice na sociedade contemporânea. O tema baseou-se em uma manifestação do primeiro-ministro do Japão, Taro Aso, que afirmou não querer ser um 'homem-tubo' no final da vida. Na visão do ministro, o tratamento dado aos idosos custa muito ao Estado.

De acordo com os professores ouvidos pela Folha, o candidato deveria contextualizar a realidade japonesa - que já apresenta uma grande proporção de idosos na sua população - com a brasileira, ainda em fase de transição nesse processo.

"Ninguém vai se posicionar a favor do ministro. Então o candidato precisava de um plano bom, para não parecer um repentista", explicou Tasinafo.

Para Platão Savioli, o candidato poderia refletir sobre a própria família. Os idosos já vivem mais no Brasil.

"Os alunos têm experiência de idosos na família que demandam o que antes não exigiam. Eles não têm produção econômica, mas têm presença importante na família. São questões que estão aí na prática social."

MAIS PROVAS

A maratona da fase dissertativa continua. Nesta segunda-feira, os candidatos vão responder a 16 questões de história, geografia, matemática, física, química, biologia e inglês.

Já no último dia, terça, os convocados deverão responder 12 questões de duas ou três disciplinas correspondentes ao curso do candidato.

A Fuvest informou que o primeiro dia de provas teve 7,8% de abstenção, o equivalente a 2.542 candidatos ausentes.

O índice de faltosos é relativamente menor que o do ano passado, que registrou 8,5% (2.651 candidatos) de ausência no primeiro dia de provas dissertativas.

Ao todo, eram esperados 32.569 candidatos. Estão em disputa mais de 11 mil vagas.


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