A gestão do reitor João Grandino Rodas, que se encerra agora, deixa obras e mudanças pedidas por diversos setores da USP. Mas deixa também uma série de confrontos, que fizeram o dirigente perder apoio.
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Uma das principais marcas do mandato de Rodas foi a reforma física da Cidade Universitária. Todas as unidades puderam receber recursos para modernização de instalações.
A grande marca é a construção de uma praça para abrigar os museus da instituição e um centro de convenções, demanda antiga dos docentes, que não possuem espaço amplo para eventos científicos.
Editoria de Arte / Folhapress | ||
Anunciado em 2011, ao custo de mais de R$ 100 milhões, a obra terá de ser finalizada pelo próximo reitor.
Aproveitando que a USP recebeu do Estado até mais recursos do que o esperado nos primeiros três anos de gestão, Rodas também implementou projetos para melhoria da graduação (custeando estudo de alunos no exterior) e da pesquisa (financiamento próprio a seus professores).
ELEIÇÕES
Rodas também mexeu no processo de eleição para reitor, outra antiga demanda de praticamente toda a universidade. Um conjunto maior de pessoas (de 300 para 2.000, aproximadamente) passou a escolher a lista tríplice que é enviada ao governador.
Paradoxalmente, foi este novo modelo de eleição que deixou claro que o reitor perdeu força na reta final.
Seu candidato, Wanderley Messias da Costa (ex-superintendente de relações institucionais), foi apenas o terceiro mais votado.
Auxiliares do reitor atribuem a baixa popularidade dele à sua forma de governar: gestão centralizadora, com embates abertos (o que não é comum na Academia).
Reservadamente, Rodas diz que quis acelerar processos que tendem a ser demorados na universidade pública.
Um dos primeiros choques foi com a sua própria unidade de origem e da qual foi diretor, a Faculdade de Direito.
Ele deixou um plano de reformas para a escola e, para isso, determinou a transferência provisória do acervo para um prédio anexo, considerado inadequado pela nova diretoria. Os dois lados trocaram críticas públicas.
Mais tarde, as críticas mútuas se estenderam a pessoas que eram seus auxiliares diretos, como o vice-reitor (Hélio Nogueira da Cruz), o pró-reitor de pesquisa (Marco Antonio Zago) e o diretor da Escola Politécnica (José Cardoso, que o apoiou na campanha de 2009).
Os três disseram que, ao demonstrarem interesse em disputar esta eleição, passaram a ser evitados pelo reitor, prejudicando os programas da USP.