Folha de S. Paulo


Após fraco desempenho de brasileiros em ciências no Pisa, ONG prevê melhoras

Ciências é a matéria em que os alunos brasileiros mais têm dificuldade, aponta o Pisa, exame internacional de estudantes, divulgado na terça-feira (3). Além de ser a disciplina em que o país tem seu pior desempenho (59º entre 65 países), ela não obteve avanço nos últimos três anos (2009-2012).

Entre os seis níveis em que os alunos são distribuídos, o Brasil teve apenas 0,3% nos dois patamares mais elevado. A média dos países desenvolvidos foi de 8,4%. A prova, organizada pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, que reúne países industrializados) é a principal avaliação internacional da educação básica.

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Para a diretora-executiva da ONG Todos pela Educação, Priscila Cruz, um dos motivos que podem explicar o baixo desempenho é a falta de ênfase no problema nessa disciplina. Em matemática, diz ela, há anos tem se falado que há problemas, e as médias têm aumentado (ainda que o país siga entre os últimos do mundo).

A situação pode melhorar, afirma Cruz, porque ciências passará a ser parte da Prova Brasil, avaliação federal, que hoje só possui português e matemática.

O ministro Aloizio Mercadante (Educação) fez um balanço positivo da evolução do Brasil no Pisa, especialmente na área de matemática. "A nossa fotografia ainda não é boa e não temos que nos acomodar com isso. Porém, o nosso filme é muito bom. Quando olhamos o filme, somos o primeiro da sala", disse Mercadante na manhã desta terça-feira (3), em coletiva de imprensa.

Em matemática, o Brasil registrou uma pontuação de 391. Segundo o relatório sobre o desempenho brasileiro no Pisa, o país foi aquele que registrou maior salto, desde 2003, na performance nessa matéria --a área foi o foco da prova aplicada em 2012. Naquele ano, a pontuação dos estudantes brasileiros foi de 356.

INVESTIMENTO

O ministro ressaltou ainda a diferença de gasto em educação entre os países analisados. Com base em dados de 2010, o Brasil teria investido anualmente US$ 2.571,00 por aluno do ensino médio. A média da OCDE é de US$ 9.014,00

"Estamos comparando com países que investem muito mais em educação do que o Brasil. Acho que foi um grande avanço e merece ser reconhecido e valorizado, apesar de termos muito trabalho pela frente."

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