Folha de S. Paulo


Brasil avança em matemática, mas continua entre piores em ranking

O Brasil é o país em que os alunos mais avançaram em matemática. Ainda assim, segue entre os piores --e a melhoria perdeu força.

O panorama está presente nos resultados do principal exame internacional da educação básica, chamado Pisa, que avalia estudantes de 15 e 16 anos em matemática, leitura e ciências (ensino médio).

Segundo a OCDE (organização dos países que ricos, que organiza a prova), a média do país subiu de 356 para 391 pontos (ganho de 10%) entre 2003 e 2012. No período, a nota média dos países ficou estável.

É como se o aluno brasileiro de agora tivesse mais de seis meses a mais de escolarização do que o de 2003. Mas o desempenho não foi suficiente para tirar o país das últimas colocações. Está em 58º lugar, entre 65 países, atrás de Cazaquistão, México e Uruguai. E à frente de Colômbia e Jordânia.

Apesar do forte crescimento em nove anos, no período 2009-2012 o avanço nas notas desacelerou: se de 2006 para 2009 o avanço foi de 16 pontos, no período seguinte caiu para 5.

Os líderes na matéria são todos asiáticos: Xangai (China), Singapura, Hong Kong, Taiwan e Coreia do Sul.

Já em leitura, o Brasil está em 55º, e em ciências, em 59º (as três matérias são avaliadas, mas nesta edição o foco das análises é matemática). Como em matemática, o país melhorou se considerado os últimos nove anos, mas o avanço perdeu força em 2012.

Os alunos brasileiros avaliados são atendidos basicamente pelos governos estaduais (quase 85% das matrículas) e pela rede privada --ambos participam da amostra.

Já o governo federal é responsável pelas políticas de indução de melhorias das redes locais.

"Há resultados a serem comemorados", afirmou a diretora-executiva da ONG Todos pela Educação, Priscila Cruz.

Ela destaca tanto o ganho no longo prazo (2003 e 2012) quanto o fato de o país ter aumentado o número de alunos atendidos pelas escolas --no período, o percentual de estudantes de 15 anos matriculados subiu de 65% para 78%.

"Mas considerando que o país tem um dos maiores PIBs do mundo, a situação deveria ser melhor. Ao aluno que está hoje na escola não interessa que o sistema estará melhor daqui uma década", afirmou.

Editoria de Arte/Folhapress

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