Diversos jovens inscritos para o Enem deste ano se atrasaram e acabaram perdendo a prova na tarde deste sábado. Na capital paulista, candidatos choraram, gritaram pelo coordenador da escola, reclamaram que o horário não foi respeitado e até acionaram a polícia.
Uma adolescente de 16 anos, que deveria fazer a prova no prédio de mestrado de direito da FMU, na região da Liberdade (centro), afirmou que os portões fecharam um minuto antes do horário --13h. Ela disse que não conhecia bem a região e ligou para o 190 após um segurança da escola ameaçar fazer o mesmo devido às insistências para entrar.
Imagens do Enem são postadas em redes sociais durante prova
Por volta das 13h45, a garota continuava na frente da escola --a polícia ainda não tinha aparecido-- com outros candidatos que também perderam a prova. "Nunca gostei desse negócio de quebra-quebra, mas hoje tive vontade de quebrar tudo", afirmou João Batista de Oliveira, 44, que acompanhava a filha de 17 anos.
Muitos dos candidatos gritaram pelos seguranças e pelos coordenadores dos três prédios da FMU que funcionam na região da Liberdade e têm hoje a primeira prova do Enem. "Porque não colocaram a prova perto de casa. São Paulo é uma loucura. Não consegui chegar", afirmou Joelia dos Santos Cruz, 30.
Na frente da Uninove, na Barra Funda (zona oeste), Amanda Macedo de Paula, 17, chorava ao telefone após chegar um minuto após o fechamento dos portões. Essa seria a terceira vez que ela faria o Enem e ela pretendia pleitear uma bolsa do Prouni.
Amanda já estuda sociologia e afirma que está sendo difícil pagar as mensalidades. Ela agora quer uma bolsa para fazer administração na Unip. "Agora vou ter que prestar o vestibular e trabalhar muito no ano que vem para pagar a faculdade. O Fies não ajuda, o juro é absurdo, você sai com uma dívida absurda", disse, chorando.
Também atrás de uma bolsa no ProUni Gustavo Brito Araújo, 17, não conseguiu chegar no horário na Uninove. "Perdi a hora. Saí de casa 12h30", conta ele, que mora na Freguesia do Ó, zona norte de São Paulo. "Acontece", diz resignado. "Agora é se preparar para o ano que vem."