Folha de S. Paulo


Análise: Trânsito pré-jogo não será afetado por escolas na Copa

As escolas particulares de São Paulo vão manter programação normal de aulas durante os jogos da Copa do Mundo, no ano que vem.

No Estado, essas escolas têm um total aproximado de 2 milhões de alunos --apenas 20% do universo de estudantes matriculados na educação básica.

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Na cidade de São Paulo, portanto, isso não vai ser a causa do esperado congestionamento previsto para antes dos jogos, como tem acontecido mesmo quando a Copa não é no Brasil, sempre que joga o escrete canarinho.

O congestionamento será provocado pelo fluxo concentrado das pessoas encerrando atividades praticamente ao mesmo tempo. Os jogos serão à tarde, e todos que puderem esticarão o período de trabalho da manhã, saindo para um almoço tardio sem retorno ao trabalho.

Todos, praticamente ao mesmo tempo, tentando chegar ao lugar em que assistirão à partida com amigos e família.

Essa concentração de viagens não ocorre nos dias normais, pois o fluxo do pico da tarde é escalonado entre 16h30 e 23h30, devido ao horário diferenciado de encerramento das atividades do comércio de rua, do comércio de shoppings, dos escritórios, da construção civil, das indústrias e dos serviços.

Nas duas ou três horas que antecedem os jogos, esse escalonamento não existirá.

O sistema viário e o sistema de transporte público não têm capacidade para suportar essa concentração, congestionando e superlotando de modo previsível.

O congestionamento acontecerá em todas as grandes cidades do país, não importa onde seja o jogo. Mas isso não afetará o felizardo público pagante, que muito antes já terá chegado aos estádios.

SERGIO EJZENBERG é engenheiro e mestre em transportes pela Escola Politécnica da USP


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