Folha de S. Paulo


Após mudanças, USP abre inscrição para candidatos a reitor e vice

A USP abriu nesta segunda-feira as inscrições para chapas com candidatos a reitor e vice, parte agora do processo eleitoral da universidade.

Qualquer um dos 1.089 professores titulares que tenha um plano de gestão pode se candidatar à vaga.
Até o fechamento desta edição, não havia inscritos.

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A necessidade de inscrição prévia dos candidatos foi uma decisão do Conselho Universitário. Antes, professores titulares da USP poderiam ser votados mesmo sem chapa e plano de gestão.

"A necessidade de inscrição prévia foi um avanço", avalia o reitor da universidade, João Grandino Rodas.

Ele defendia também que a comunidade uspiana fosse consultada na eleição, de modo que o voto docente valesse 70% e dos funcionários e dos alunos 15% cada -o que não foi aprovado.

Na USP, quem vota é uma "assembleia eleitoral" composta por cerca de 2.000 pessoas -86% das quais são docentes. A LDB (Lei de Diretrizes e Bases), de 1996, determina que pelo menos 70% dos votantes sejam docentes.

"O voto do aluno vale menos porque o aluno passa pela instituição, mas o docente fica", diz Carlos Vogt, assessor de ensino superior do governo e ex-reitor da Unicamp.

"Além disso, o próprio reitor será necessariamente um professor da universidade."

Hoje, 78,5% dos professores titulares que dão aula na USP fazem parte do grupo seleto que escolhe o reitor. Dos alunos, a participação entre os votantes é de 0,2%.

LISTA TRÍPLICE

Os três nomes mais votados seguem para o Conselho Universitário e, depois, para o governador, que escolhe o novo reitor.

"Isso garante que o governador, eleito democraticamente, participe do processo representando a população", diz Carlos Vogt, assessor de ensino superior do governo e ex-reitor da Unicamp.

"Se não for assim, a decisão fica restrita à universidade, mas quem paga a conta é a sociedade", completa.
A composição da lista tríplice é alvo de crítica dos cerca de 500 estudantes que ocupam a reitoria da USP desde que a mudança na eleição foi anunciada, em 1º de outubro.

No mesmo dia, o deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL) elaborou projeto que determina eleições diretas nas universidades estaduais. O projeto está em tramitação.

Luciano Veronezi/Editoria de Arte/Folhapress

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