Folha de S. Paulo


Campo do direito passa por renovação; escritórios têm novas áreas

Ao escolher a profissão, Danilo Lambert, 22, queria algo relacionado à defesa do meio ambiente.

Foi em palestras na escola e com algumas reportagens que o estudante descobriu o direito ambiental. "Eu queria que a minha escolha tivesse a ver com os meus ideais", diz o hoje
assistente jurídico e aluno do quinto ano.

Ana Carolina Calil, 24, optou pelo direito influenciada pelo irmão mais velho. No último ano da faculdade, se interessou pelo segmento de infraestrutura. "Gostava da ideia de viabilizar grandes investimentos", diz.

Áreas como as escolhidas por Danilo e Ana Carolina mostram que o direito, apesar de tradicional, está em constante renovação.

No setor privado, alguns dos maiores escritórios do país têm investido em novos departamentos. Em São Paulo, o Pinheiro Neto inaugurou um setor para atender o mercado de luxo.

TozziniFreire, Machado Meyer e Demarest estruturaram a área de "compliance", dedicada a desenvolver medidas para combater a corrupção em empresas.

"O mercado de trabalho ficou grande", afirma Heleno Torres, coordenador da graduação na USP. Ele alerta, contudo, que só fazer uma graduação não basta para se destacar na área.

Dados de aprovação no exame da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) comprovam isso. No Estado, das 94.922 pessoas que fizeram a prova em 2012, 85% (80.511) não passaram. A aprovação é obrigatória para advogar.

Para obter uma boa vaga, Torres recomenda a especialização. "Quando um advogado começa a atuar, ele tem que identificar vocações e delimitar as áreas de interesse."

A advogada Ana Carolina começou sua especialização em energia, petróleo e gás assim que foi contratada.

Já Danilo tem estudado por conta própria sobre temas técnicos do meio ambiente.

Se a atuação for no setor público, em que muitos cargos não exigem o registro na OAB, o candidato deverá prestar concurso. É o caso de delegados e promotores.

Mas para ser juiz, por exemplo, é necessário ter dois anos de inscrição na Ordem como advogado.

GRADUAÇÃO

Alguns dos cursos de direito mais bem avaliados pelo RUF (Ranking Universitário Folha) têm se preocupado com a formação dos alunos diante dos desafios do mercado.

Na FGV, o curso é integral durante os três primeiros anos, quando o aluno tem disciplinas teóricas como filosofia, economia e sociologia. "Isso permite uma formação básica consistente antes do aluno começar a estagiar", diz o coordenador Frederico Normanha.

A PUC-SP intercala teoria com aulas práticas desde o primeiro ano. "O aluno tem que ser comprometido com o curso, além de gostar de ler, escrever e ter muita disciplina", orienta a coordenadora Julcira de Mello Viana.

Na USP, os alunos podem prestar atendimento jurídico gratuito à comunidade durante toda a graduação, sob orientação de advogados.

Nas três universidades os cursos duram cinco anos. Entre o quarto e o quinto, o aluno pode montar a grade curricular optando pelas disciplinas em que quer atuar no mercado.

RAIO-X DA CARREIRA

Salário médio
R$ 4.104,84

Jornada semanal
38,9 horas

Empregabilidade
83,3%

Cobertura previdenciária
79,7%

Fonte: Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada)

ONDE ESTUDAR

PUC-SP
Inscrições de 14.out a 13.nov.
vestibular.pucsp.br

FGV
Inscrições até 16.out.
vestibular.fgv.br

Mackenzie
Inscrições até 26.nov.
mackenzie.br


Endereço da página:

Links no texto: