Todos os computadores de um laboratório do campus Guarulhos da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) desapareceram há dez dias. No total, 32 máquinas foram furtadas.
Segundo a universidade, o furto ocorreu na noite do dia 17, um sábado, horário em que a unidade estava fechada ao público.
Dez dias depois do episódio, a universidade não soube apontar como os computadores foram retirados do campus.
A Unifesp mantém serviço de segurança privada, mas não informou quantos vigilantes trabalhavam naquele final de semana. Não havia câmeras de monitoramento no laboratório nem perto dele.
A falta dos equipamentos só foi percebida na segunda-feira à tarde, dia 19. Ao entrar na sala, um professor do curso de ciências sociais viu que ela estava vazia.
Joel Silva/Folhapress | ||
Alunos no campus da Unifesp em Guarulhos, na Grande São Paulo; Trinta e dois computadores foram furtados do local |
Procurada pela reportagem, a Unifesp afirmou que ainda não sabe como o furto ocorreu e que avisou a Polícia Federal.
A PF também não deu detalhes do episódio. Uma equipe de peritos foi ao campus e está investigando o caso.
Por causa da falta dos equipamentos, estudantes de uma turma de ciências sociais estão saindo mais cedo no período noturno.
A segunda parte da aula de "Pesquisa 3º" era feita no laboratório. Agora, os estudantes são dispensados neste período. A Unifesp diz que está resolvendo a situação.
Em um artigo publicado na Folha no dia 23, a reitora da Unifesp, Soraya Smaili, criticou a transformação de campi de universidades públicas em "fortalezas estreitamente vigiadas".
"A multiplicação de câmeras, catracas e sistemas de alarme é contraditória com a concepção de uma vida universitária que preserva a liberdade de cátedra, de manifestação e expressão", escreveu Smaili.
MUDANÇA
A Unifesp foi expandida para Guarulhos e para outras cinco cidades paulistas.
O campus funciona desde 2007 no bairro dos Pimentas, na periferia da cidade. É focada em cursos de humanas, como letras, ciências sociais e história.
O prédio principal, que abrigaria os 2.900 alunos (só graduação), ainda não foi construído.
Para a construção do edifício, que deve começar em outubro, todas as instalações do campus terão que ir para um colégio particular alugado por R$ 250 mil.