Folha de S. Paulo


Aulas perdidas durante a greve devem ser repostas nas férias em SP

Professores e alunos de escolas municipais paralisadas desde o início do movimento deverão ter de repor aulas perdidas nas férias de julho.

Essa é a avaliação interna na prefeitura, antes mesmo da definição da duração total da greve. Os colégios que entraram no protesto logo no início já perderam 16 dias letivos (a lei exige que sejam dados 200 dias ao ano).

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O calendário final da reposição só será definido após o término da paralisação.

Há discordância entre prefeitura e sindicatos em relação ao pagamento dos dias parados aos servidores.

A gestão Fernando Haddad (PT) determinou que as faltas sejam descontadas.

Para a prefeitura, a forma de pagamento desse período só deve ser definida após o fim da paralisação. Já os sindicatos defendem que o governo deve recuar do corte.

"Se não há apontamento de faltas, é uma greve de mentira, escamoteada, que só prejudica as crianças", afirmou o secretário da Educação, Cesar Callegari.

"Cortar o ponto é não reconhecer o direito de greve. Só faria sentido se a greve fosse julgada ilegal, o que não ocorreu", afirmou o presidente do Sinpeem (sindicato docente), Claudio Fonseca --ex-vereador pelo PPS, da base do governo Gilberto Kassab (PSD).

Eles discordam do cronograma da greve. Callegari reclama que ela foi deflagrada um dia antes do início da negociação. Já Fonseca afirma que, em relação às tratativas salariais, a prefeitura já havia esgotado suas propostas.

FOGO AMIGO

Líderes de dois dos cinco sindicatos ligados à educação municipal afirmaram à Folha que alguns protestos contra a prefeitura partem da própria militância do PT, que esperava ter um petista como secretário de Educação. Callegari é do PSB.

O próprio secretário já reconheceu a interlocutores que, de fato, parte da base grevista pode ser composta de petistas descontentes.

Ao escolher Callegari, o prefeito afirmou que o nome vinha de sua "cota pessoal", como uma decisão técnica.


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