Folha de S. Paulo


Intercâmbio no exterior amplia formação acadêmica

Enquanto dava aulas de inglês em um estágio na Rússia, o estudante de letras Vinicius Lopes, 24, encarou um frio de -40ºC, trocou o pão de queijo pela sopa de batata e comunicou-se por mímica durante três meses.

Como ele, mais de 175 mil alunos brasileiros de graduação procuraram agências de intercâmbio para trabalhar ou estudar no exterior em 2012.

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Hoje, formado, Vinícius recomenda o sufoco aos amigos. De volta a Juiz de Fora, trouxe um modelo inédito de ensino intensivo e abriu sua própria escola de idiomas.

Só no ano passado, os intercâmbios movimentaram mais de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 2 bilhões), segundo a Belta (associação de organizadores de viagens educacionais).

Também dá para estudar fora sem ter de pagar ou depender dos pais. Todo ano, o governo federal abre seleção para bolsas no exterior.

Para concorrer, é preciso ter boas notas na faculdade e se garantir no idioma. O valor mensal do auxílio varia conforme o país, mas pode chegar a R$ 2.592 --caso da Austrália.

Outro caminho são os convênios internacionais entre faculdades. Foi a escolha de Erick Candeleiro, 23, que estudou seis meses nos EUA e mais um ano na Alemanha.

Aluno da ESPM, ele terá dois diplomas: relações internacionais, pela faculdade brasileira, e international business, por uma americana.

Já os intercâmbios para trabalho voluntário têm atividades ligadas à saúde e educação em ONGs e projetos sociais, de acordo com Leonardo Silveira, presidente da Aiesec, associação ligada a 200 universidades brasileiras.

Para o professor de relações internacionais Rodrigo Cintra, os alunos devem buscar o que não existe no Brasil. "Melhor que substituir matérias é aproveitar a viagem para ampliar a formação."

Editoria de arte/Folhapress

ESTÁGIO

Fazer um curso ou trabalhar em outro país torna o universitário mais "atraente" na hora de conseguir estágio.

Mesmo não sendo critério de eliminação, o intercâmbio pode ser um diferencial em caso de empate.

Mas de nada adianta a experiência se o estudante não souber demonstrar o que aprendeu. "Queremos saber qual foi a bagagem que ele trouxe", diz Bruna Tokunaga Dias, gerente de orientação de carreira.

Segundo o analista de recrutamento Erick Sperduti, o intercâmbio de trabalho é o mais bem visto pelos empresários, pois o candidato "já sofreu com a pressão de uma empresa internacional".

Colaborou DERLA CARDOSO

Editoria de arte/Folhapress
Erick Canedleiro, 23, fez intercâmbio pela ESPM
Erick Canedleiro, 23, fez intercâmbio pela ESPM

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