Folha de S. Paulo


Escolinhas bilíngues apostam na formação de 'superbebês'

O conceito de berçário está ultrapassado. A moda agora são os espaços para o desenvolvimento de bebês.

Análise: Estímulos ajudam, mas exagero pode ser prejudicial
Detalhes e dicas para ter uma gestação agradável e sem surpresas

Com profissionais ultra especializados, esses locais têm atividades que, dizem, ajudam no desenvolvimento do raciocínio e do controle motor.

Os pequenos brincam sob orientação e "conversam" em inglês. Tudo isso custa uma média de R$ 2.500 mensais por meio período.

"A ideia é estimular os bebês a pensar, fazer perguntas, incentivar a tomada de decisões nem que seja qual sapatinho ele quer usar", explica Christine Bruder, psicóloga que criou o Primetime Child Development depois de passar por Harvard, nos EUA.

Nesse espaço no Morumbi, zona sul, projetado pelo arquiteto Márcio Kogan (que assina o hotel Fasano), ficam pouco mais de 50 bebês.

Editoria de Arte/Folhapress

As crianças são supervisionadas por pedagogas e psicólogas que falam em inglês e fazem um relatório diário da evolução dos pequenos. Os pais recebem um boletim semestral sobre os bebês.

Em outro espaço de desenvolvimento infantil, The Up School, também bilíngue, os relatórios aos pais são diários e incluem até horário da amamentação -e em qual temperatura estava o leite.

"As mães querem saber de tudo", diz a diretora pedagógica Patrícia Sadi Losano.

Lá, o inglês começa aos 15 meses. Mas o estímulo por meio da conversa, que inclui contação de histórias, tem início já aos quatro meses.

O quadro de funcionários, diz, inclui técnicas em enfermagem, pedagogas, contadoras de histórias, nutricionistas e professores de música.

Muitas mães procuram os espaços de desenvolvimento já na gravidez. Esse foi o caso de Carolina Labbate, que tem duas gêmeas de três anos na Primetime, no Morumbi.

"Não é porque sou a mãe, mas minhas filhas são bem mais adiantadas do que a média da mesma idade", brinca.

Quem não pode pagar por escolinhas assim, não precisa se desesperar. Os estímulos podem ser feitos em casa. Por exemplo, uma simples "conversa" com o bebê durante a troca a fraldas.

"Não pode ser aquela coisa 'dorme e mama'. Mas também não pode bombardear as crianças com estímulos", explica Paulo Junqueira, do departamento de neurologia infantil da ABN (Academia Brasileira de Neurologia).

De acordo com Teca Antunes, coordenadora pedagógica do Aubrick, que fica no Brooklin, zona Sul, as formas de estímulo não precisam ser "requintadas"."Os bebês aqui têm aulas de artes e colocam a mão na massa", diz.


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