Folha de S. Paulo


Escola particular oferece até iatismo para 'ocupar' aluno

As escolas particulares de São Paulo estão cada vez mais criativas na oferta de cursos extracurriculares --a maioria pagos-- para seus alunos.

Entre as tendências do modismo estudantil estão robótica e esgrima. Mas há quem vá além e ofereça até iatismo.

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Esse é o caso, por exemplo, do Colégio Humboldt, que trouxe a modalidade no começo deste ano. "A demanda por novidades veio dos próprios alunos", diz Everton Augustin, diretor-geral da escola.

O curso de iatismo, oferecido nas tardes de terças e quintas-feiras, tem 47 alunos de 7 a 18 anos. "Ficamos surpresos com a demanda", diz o coordenador Marcos Biekarck.

Para quem quer fazer universidade na Alemanha e cursa um ano adicional no ensino médio, o iatismo é a atividade esportiva regular.

O equipamento fica por conta da escola. Se o aluno quisesse comprar a própria vela, teria de desembolsar algo entre R$ 4.000 e R$ 6.000.

A maioria das modalidades extras funciona como um "plus" para segurar os alunos por mais tempo na escola.

Das seis escolas ouvidas pela Folha, apenas o Colégio Bandeirantes, que está entre as cinco melhores escolas paulistas de acordo com o último Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), não cobra por nenhum curso a mais.

ESPECIFICIDADE

A oferta de cursos como iatismo, diz o diretor do Humboldt, não significa que esportes tradicionais como o futebol, perderam espaço. A ideia é "atender especificidades dos alunos".

É o caso de Yuliette Medina Maldonado, 14. A garota mexicana recém-chegada ao Brasil pinta quadros e gosta de música, como conta o pai. A dedicação aos esportes surgiu nas aulas de esgrima, curso extra da Escola Internacional de Alphaville.

"Ela conseguiu encontrar um esporte que tem afinidade com atividades artísticas", afirma o engenheiro químico Enrique Medina, pai da garota. Ele desembolsa cerca de 10% a mais na mensalidade da filha para o esporte.

Mas não são apenas os esportes que estão na lista das atividades fora do currículo.

No Porto Seguro, uma modalidade que faz sucesso é o curso de análise de notícias."Analisamos textos sob o ponto de vista da história, da geografia e da biologia", diz o professor Rafael Covre.

A maioria dos alunos é composta por estudantes que pretendem fazer curso universitário em humanas.

No São Luís, quem vai prestar exatas tem aprendido robótica com peças de Lego. Segundo a escola, 80% dos estudantes são meninos.

Editoria de Arte/Folhapress

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