Folha de S. Paulo


Em crise, Prefeitura de Ribeirão Preto não paga férias dos professores

Em crise financeira, a Prefeitura de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) ainda não pagou as férias para os cerca de 3.000 professores da rede municipal de ensino, que começou neste mês.

O calote acontece pelo terceiro janeiro consecutivo. Segundo a legislação trabalhista, o trabalhador tem que receber o benefício até dois dias antes das férias.

Os professores entraram de férias nesta quinta (1º), mesmo dia em que a prefeita Dárcy Vera (PSD) viajou para Brasília (DF) para participar da posse da presidente Dilma Rouseff (PT) e do presidente do seu partido, Gilberto Kassab, que assumiu o Ministério das Cidades.

O governo confirmou o não pagamento das férias. A assessoria da prefeitura informou que os demais encargos trabalhistas de fim de ano dos professores, como o 13º salário, foram pagos. No entanto, faltou recurso para cumprir o pagamento das férias.

Segundo a prefeitura, a previsão é de que as férias sejam pagas até o dia 20.

O governo enfrenta uma grave crise financeira, com uma dívida com fornecedores de ao menos R$ 64 milhões só em 2014.

A prefeita admitiu inclusive a falta de dinheiro para tapar buracos, um dos principais problemas do município.

Além disso, há recorrentes atrasos nos pagamentos de salários de outros servidores e também de terceirizados.

Segundo a Aproferp (Associação dos Profissionais da Educação de Ribeirão Preto), o atraso que atinge os cerca de 3.000 docentes da rede municipal pode gerar multas à administração municipal.

De acordo com a associação, os professores devem entrar com ações individuais na Justiça para exigir o pagamento de multas pelo atraso.

"O atraso e a falta de planejamento vão gerar ainda mais despesas para a prefeitura", disse Leonardo Sacramento, da Aproferp.


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