Folha de S. Paulo


Com estiagem, municípios da região tentam aumentar captação de água

Com a pior estiagem das últimas décadas, as prefeituras da região de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) planejam obras para o próximo ano com o objetivo de aumentar o volume de captação e de reserva de água.

Nos 11 primeiros meses do ano, as cidades registraram pouco mais da metade da chuva esperada para o período. Foram 2.790 milímetros de chuva, o que equivale a 56% da média histórica.

Nos seis maiores municípios, as obras devem ampliar em 18% o volume de água captado. Nas cidades onde houve racionamento, como Casa Branca (a 240 km de São Paulo) e Tambaú (a 257 km de São Paulo), as intervenções já começaram.

Edson Silva - 17.set.2014/Folhapress
Barragem emergencial construída com sacos de areia no rio Canoas para o abastecimento de Franca
Barragem emergencial construída com sacos de areia no rio Canoas para o abastecimento de Franca

Franca (a 400 km de São Paulo), que em outubro sofreu com a falta de água em 85 bairros, é a que deve receber mais investimentos para aumentar a captação de água.

Obras da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) devem fazer o volume captado na cidade aumentar 86% até abril de 2016.

Rui Engrácia, superintendente da empresa em Franca, disse que a ampliação do sistema já estava prevista antes dos problemas de abastecimento, porque a capacidade atual está no "limite".

"Para um período normal, sem estiagem e aumento do consumo, nossa produção é o suficiente, mas em situações atípicas, como a desse ano, não temos uma folga. Por isso, precisamos dessas obras", disse Engrácia.

De acordo com o superintendente, a ampliação do sistema deve ser suficiente para garantir o abastecimento da cidade em até 30 anos.

Barretos (a 423 km de São Paulo), que também sofreu com a falta de água e adotou racionamento para a população, prevê aumentar em 60% a capacidade de captação. As obras devem ser concluídas em 2016.

Sertãozinho (a 333 km de São Paulo) também teve problemas no abastecimento neste ano. "O calor elevou muito o consumo. A rede ficou com pouca pressão, e os bairros em regiões mais altas ficaram sem água", disse Carlos Roberto Sarni, superintendente do Saemas (serviço de água e esgoto).

As cidades da região também informaram que vão investir e reforçar as ações de controle do desperdício.

Em Araraquara (a 273 km de São Paulo), o superintendente do Daee (Departamento de Água e Esgoto), Guilherme Soares, disse que as perdas na distribuição representam 37% do captado.

"Já tentamos reduzir essas perdas, mas vamos investir ainda mais em 2015. Vamos setorizar o serviço de manutenção para consertar os vazamentos com maior agilidade. E já reduzimos a pressão da água em alguns bairros para que não haja vazamentos", disse Soares.

Em Sertãozinho, a prefeitura também quer reduzir as perdas com vazamento, que hoje representam 17% do que é captado. A cidade deve trocar a tubulação e atender mais rápido os consertos.


Endereço da página: