Folha de S. Paulo


Cai arrecadação de impostos federais na região de Ribeirão Preto

O ano de incertezas econômicas no país, acentuadas pela crise no campo em São Paulo, fez com que a região de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) deixasse de arrecadar R$ 91 milhões em impostos federais nos primeiros dez meses de 2014.

É o que mostra levantamento feito pela Fundace (Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento da Administração, Contabilidade e Economia), de Ribeirão.

Entre janeiro e outubro deste ano, a região arrecadou R$ 3,1 bilhões, ante R$ 3,2 bilhões em 2013. O valor representa queda de 2,9% no total arrecado com impostos como Cofins (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social) e PIS/Pasep.

O estudo exclui tributos locais (como IPTU e ISS) e estaduais (ICMS e IPVA).

A queda na região foi proporcionalmente maior do que a do restante do país, que teve retração de 0,2%.

O que mais puxou o declínio foi o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), pago ao governo federal na transação de produtos industrializados, como carros, geladeiras e máquinas industriais, entre outros.

Parte deste imposto é repassado às prefeituras, por meio do FPM (Fundo de Participação dos Municípios).

"O consumidor tem gastado menos e buscado produtos de valores mais baixos", disse Guilherme Feitosa, diretor do Ciesp de Ribeirão.

"A crise do setor sucroenergético influencia bastante a região", disse Sérgio Sakurai, professor da FEA-RP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto), da USP.

Para o economista do Sincovarp (Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão Preto) Marcelo Bosi Rodrigues, o ano foi ruim para o comércio e a queda do IPI foi marcada principalmente pela retração na venda de veículos.

Além da queda no consumo, a região também tem recordes negativos na geração de empregos.

Em novembro, atingiu o pior nível para o mês desde 2008, quando estourou a crise global.

NEGATIVO

Apesar de o cenário já ter sido ruim para a economia neste ano, pode piorar em 2015, segundo Sakurai. De acordo com o economista, a tendência é que, com o aumento das taxas de juros, os produtos fiquem mais caros.

"Eventualmente, pode haver aumento da inadimplência também", disse.

Para que a situação seja revertida, é preciso, principalmente, controlar a inflação.


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