Folha de S. Paulo


Setor hoteleiro cresce e pousadas surgem no Caminho da Fé

Três amigos de Águas da Prata (a 224 km de São Paulo), que queriam retomar a força do turismo na cidade, foram os idealizadores do Caminho da Fé.

Eles criaram a Associação Amigos do Caminho da Fé há 11 anos e foram os responsáveis por firmar parcerias com pousadas, que hoje abrigam os peregrinos.

Em algumas cidades menores e locais que não tinham oferta de hospedagem, elas surgiram a partir do caminho.

O aposentado Almiro José Grings, 74, um dos idealizadores, disse que algumas regiões não tinham pousadas porque não havia demanda turística até então.

Por isso, no início, a associação pediu aos donos de fazendas e sítios para que acolhessem os viajantes.

"São pessoas muito simples e religiosas que acolhem os peregrinos de bom grado. Elas cobram um valor mínimo pela hospedagem e tratam os viajantes como se fossem parentes", disse Grings.

Natalina Siqueira Ângelo, 57, mora em um sítio em Serra dos Lima, distrito de Andradas (MG). Ela trabalhava como costureira e plantava banana, mas em 2007 abriu uma pousada em sua casa para acolher os viajantes.

No início, recebia os peregrinos em sua própria casa, que tem dois quartos. Fez um reforma e construiu uma edícula com mais quatro quartos, onde hospeda até 20 pessoas.

A diária, que inclui café da manhã, jantar, um lanche para a viagem e roupa lavada, custa R$ 30 por pessoa.

"Eu moro sozinha, então é gostoso receber gente na minha casa", disse Natalina.

Além da parceria com as pousadas, a associação também tem convênio com as prefeituras das 34 cidades por onde o caminho passa.

Elas deveriam repassar de R$ 130 a R$ 660 por mês para a manutenção da sinalização nos 948 quilômetros de extensão do caminho. A associação, no entanto, sofre com a inadimplência.


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