A Prefeitura de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) vai terminar o ano com, pelo menos, 2.420 solicitações de reparos em buracos feitas pela população.
Além da ordem de serviço para estes buracos, ainda há outras queixas que não chegam à administração.
Este é um dos maiores problemas de infraestrutura urbana em ruas e nas principais avenidas do município, como Independência, Presidente Vargas e Via Norte.
"Os buracos estão na cidade inteira, é lamentável", afirmou Eurípedes dos Reis, 72, presidente da Fabarp (Federação das Associações de Bairros de Ribeirão Preto).
Segundo a prefeitura, desde novembro do ano passado foram tapados 15.255 buracos, incluindo os reparos feitos pelo Daerp (Departamento de Água e Esgotos de Ribeirão Preto).
De acordo com o governo, há um trabalho de recapeamento de 120 quilômetros de vias do município.
Ainda assim, a situação continua crítica e já foi a causa de acidentes –um delas com morte, em novembro do ano passado, após uma motociclista cair num buraco na avenida Francisco Junqueira.
Silva Júnior - 16.dez.2014/Folhapress | ||
Buraco em avenida de Ribeirão; administração diz que um dos problemas da cidade é asfalto antigo |
No último dia 15, um casal ficou ferido depois de cair com uma moto dentro de um buraco no bairro Monte Alegre, na zona oeste. O caso foi registrado na Polícia Civil.
À Folha o autônomo de 35 anos que pilotava a moto disse que na mesma rua havia dois buracos. Ele conseguiu desviar do primeiro, mas caiu no segundo.
De acordo com o motociclista, que não quis ter o nome revelado, não havia sinalização na rua e a moto deslizou por causa de pedras que estavam soltas.
O autônomo fez fotos do local e disse que deverá entrar com uma ação de indenização contra a prefeitura.
De acordo com o advogado Adhemar Gomes Padrão Neto, especialista em trânsito e presidente da Associação Brasileira para Segurança Veicular, a Transerp (Empresa de Trânsito e Transporte Urbano de Ribeirão Preto) é responsável por manter a segurança nas ruas.
Ele afirmou que o serviço de tapa-buraco não tem a preparação correta em Ribeirão.
"Há local no Jardim Sumaré, por exemplo, que foi reparado há um mês e já está com problemas de novo", disse.
Segundo o advogado, o ideal seria que toda a camada de asfalto antiga fosse retirada, e não que fosse jogado um novo asfalto por cima.
"É dinheiro jogado fora. Recapeamentos sucessivos deixam ruas mais altas que calçadas." Este problema, segundo ele, ocorre no centro.