A Polícia Civil investiga se o novo laboratório de falsificação de agrotóxico localizado na manhã de domingo (14), em Franca (a 400 km de São Paulo), era usado pela quadrilha especializada que foi presa no último dia 5 na operação Lavoura Limpa..
No local, foram apreendidos pela Polícia Militar 300 galões de produtos falsificados.
De acordo com a polícia, uma denúncia anônima indicou onde ficava o laboratório, que funcionava em uma chácara às margens da Rodovia João Traficante, na zona rural da cidade.
Entre os produtos apreendidos estavam galões de um e cinco litros de agrotóxico.
No local, também havia uma máquina para misturar o agrotóxico falsificado. Ninguém foi encontrado.
OPERAÇÃO
Nesta sexta-feira (12), o Tribunal de Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público contra os 31 acusados de integrar uma quadrilha de falsificação de agrotóxicos.
Agora, eles viraram réus e passam a responder por quatro crimes: formação de quadrilha, falsificação de agrotóxicos, crime ambiental e falsificação de documentos.
A Justiça também decretou a prisão preventiva de 22 acusados que já estavam detidos. Outros quatro poderão ser liberados. Cabe recurso da decisão. Outros cinco continuam foragidos.
Segundo o Ministério Público, para produzir agrotóxicos falsos, a quadrilha usava substâncias furtadas ou sem comprovação de eficácia no combate às pragas.
Eram ainda reproduzidas embalagens, rótulos e selos de certificação usados por grandes multinacionais que fabricam esses produtos.
O Ministério Público identificou que os agrotóxicos falsos foram comercializados em ao menos sete Estados do país, principalmente nas regiões norte de São Paulo e sul de Minas Gerais.
Os principais prejudicados com os produtos são agricultores, já que os defensivos não tinham efeito contra as pragas do campo.
A Polícia Civil ainda tenta identificar se as substâncias também podem prejudicar a saúde de quem consumiu esses alimentos.