Folha de S. Paulo


Três menores suspeitos de tentativa de roubo a casa de PM são mortos em Ribeirão

Três adolescentes foram mortos na noite desta sexta-feira (12) durante uma suposta tentativa de roubo a casa de um policial militar no Parque dos Lagos, em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo).

Dois dos suspeitos tinham 16 anos e outro tinha 17.

De acordo com o boletim de ocorrência, o policial chegava em casa com a mulher e os três filhos quando foi abordado pelos jovens.

O policial disse que os adolescentes anunciaram o assalto e obrigaram todas as pessoas a entrarem na casa, segundo o boletim de ocorrência.

A PM foi acionada porque a mulher do policial ligou para uma pessoa conhecida, que por sua vez, ouviu tudo por telefone e avisou a polícia.

A polícia cercou a casa. Quando os policiais entraram na residência, localizaram o policial militar com os braços amarrados para trás e com a cabeça coberta por sua própria farda.

Os policiais fizeram uma vistoria no imóvel e, ao entrarem na cozinha, encontraram um dos adolescentes, que segundo os registros efetuou dois disparos.

Os PMs revidaram e atiraram, atingindo o adolescente.

Os outros dois suspeitos foram localizados em dois quartos da casa e também reagiram, de acordo com o B.O. Eles foram mortos pelos policiais.

Os três jovens morreram no local.

A mulher e os filhos do policial foram trancados pelos suspeitos dentro de um armário. Eles não foram feridos. Os policiais também saíram ilesos.

Sete armas de fogo foram apreendidas –quatro delas dos policiais e três dos suspeitos.

A perícia técnica foi acionada e os corpos dos adolescentes foram encaminhados para o IML (Instituto Médico Legal).

A PM informou que já está apurando o caso através de um inquérito policial militar. A Polícia Civil também investigará as mortes.

'VÍTIMA DO SISTEMA'

O eletricista Erivan Sebastião da Silva, 42, pai de um dos adolescentes de 16 anos mortos durante o suposto assalto, disse que o filho não tinha passagem pela polícia e nunca se envolveu em atividades criminosas.

"Meu filho levou dois tiros na testa, dois no peito e estava com um dos braços quebrados. Ele era um menino. Não foi culpa da polícia ele ter morrido, mas desse sistema, do nosso governo", disse Silva.

"A gente paga imposto, mas nossos filhos não têm direito a escola, educação. Eles só recebem violência", afirmou.


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