Folha de S. Paulo


Casa tombada em área de preservação é invadida por famílias em Ribeirão

Uma casa tombada da década de 1930, localizada em uma área de preservação ambiental e propriedade da Prefeitura de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo), foi invadida por duas famílias há pelo menos dois meses.

Localizada na rua Luis Gama, no Campos Elíseos, o imóvel e seu entorno foram considerados patrimônio histórico em 2010.

A casa foi construída com argamassa e tem características peculiares, como o banheiro localizado no quintal.

No entanto, sem manutenção, o imóvel encontra-se em situação precária, com vários problemas estruturais e em estado de abandono.

A desempregada Vanessa Cassimiro, 35, conta que se mudou para a casa assim que o antigo morador deixou o local, depois de 20 anos.

Ele teria sido contemplado com uma moradia popular.

Edson Silva/Folhapress
Imóvel invadido por famílias, que foi tombado pelo conselho de preservação de Ribeirão Preto
Imóvel invadido por famílias, que foi tombado pelo conselho de preservação de Ribeirão Preto

Poucos dias após se mudar com o marido e oito filhos, outra família –um casal e três crianças– também ocupou outra parte da casa.

Com quatro cômodos, sem banheiros suficientes, às vezes os moradores fazem suas necessidades no próprio quintal. Eles também não têm energia elétrica.

O tombamento foi uma iniciativa do Ministério Público, principalmente pelo fato de a casa estar localizada em uma área ambiental com possíveis nascentes.

Por meio de sua assessoria, a prefeitura informou que o tombamento é "provisório", porque o decreto ainda não foi publicado pelo governo.

Por isso, informou que "não é possível fazer intervenção no local".

De acordo com a presidente do Conpacc (Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural de Ribeirão Preto), Cláudia Morroni, a prefeitura é responsável pela preservação da casa.

Segundo ela, o tombamento é definitivo e independe da publicação do decreto. "Já está tombado, quem decide é o conselho", afirmou.

De acordo com Cláudia, o processo de tombamento foi encaminhado à prefeitura somente em outubro deste ano.

Ela não soube informar qual o motivo de o decreto não ter sido publicado ainda.


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