A Polícia Civil de Franca (a 400 km de São Paulo) continua as buscas por cinco pessoas suspeitas de integrarem uma quadrilha que comercializava agrotóxicos falsificados.
A Operação Lavoura Limpa foi deflagrada nesta sexta (5) e prendeu 26 pessoas.
Segundo o delegado Leopoldo Gomes, responsável pela operação, há oito equipes com quatro policiais cada, fazendo as buscas na região. Os suspeitos são de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo), Franca e Araxá (MG).
Gomes disse ainda que, desde sexta, a polícia já recebeu mais de cem denúncias anônimas. "A polícia faz uma triagem. Mas muitas informações que chegam até nós têm bastante fundamento, acreditamos que sejam de pessoas muito próximas a eles", disse.
As 26 pessoas continuam em prisão temporária (por cinco dias) e começam a ser ouvidas na próxima semana.
Os cinco foragidos não têm relevância significativa com o esquema, segundo o delegado.
Do total de presos, seis são apontados como líderes do grupo. Além de milhares de galões vazios e rótulos falsificados, a polícia apreendeu 30 veículos –entre eles carros de luxo–, 20 motos, um caminhão, uma lancha e duas motos aquáticas. Os itens apreendidos estão calculados em R$ 20 milhões.
O grupo começou a ser investigado há cinco meses devido à falsificação dos defensivos agrícolas. Um laboratório clandestino foi descoberto em Franca.
A quadrilha usava substâncias furtadas ou sem comprovação de eficácia no combate às pragas e reproduzia embalagens e rótulos utilizados por grandes multinacionais do ramo.
Segundo a Promotoria, um dos suspeitos de envolvimento no esquema é formado em agronomia. Ele seria responsável por indicar quais substâncias poderiam simular as características visuais dos produtos originais.
A quadrilha tinha empresas de fachada, que emitiam as notas fiscais dos produtos falsificados.
Os principais prejudicados com os produtos são os agricultores. A perícia da Polícia Civil deve identificar se as substâncias também podem prejudicar a saúde dos consumidores dos alimentos.